Crónica: "Noite de triunfo dos Forcados Amadores Évora"

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O triunfo dos Forcados Amadores Évora e lide de cátedra de António Telles, foram os principais destaques numa boa noite de toiros, com ¾ forte de casa.

A 2ª Corrida do CRÉ/Agrovisul era anunciada como um confronto de gerações Telles vs Rouxinol, num entanto uma lesão com alguma gravidade de Luís Rouxinol, impossibilitou a sua presença, sendo o cartel composto por Luís Rouxinol Jr., António Telles e Manuel Telles Bastos.

Outras das contingências desta corrida foi a falta de presença do grupo composto por antigos e actuais jogadores do Rugby Clube de Évora. A justificação prendeu-se com o facto do CRÉ ter proposto a presença de 38 elementos e o IGAC só ter aceite 18 elementos fardados, face ao exposto o grupo de Évora assumiu a corrida a solo e em boa hora que o fez, mas já lá vamos...

Abriu praça António Ribeiro Telles diante de um toiro complicado, que andou praticamente a trote sem apertar com a montada. António cravou com correção mas o toiro desinteressava-se do cavalo após a sorte. Destaca-se o quarto ferro curto de muito boa nota, pisando terrenos de compromisso.

No seu segundo toiro António Telles elevou o toureio a cavalo a um nível superior, colocando na lide toda uma escola da Torrinha. Diante um toiro com idade que se emparelhava ao cavalo e custava a fixar-se para a sorte, António puxou dos galões e cravou em curto perto da crença dos curros que era onde o toiro parecia ter as melhores condições para a cravagem. O publico reconheceu e levantou-se das bancadas para aplaudir o maestro da Torrinha.

Manuel Telles Bastos teve uma passagem de muito bom nível por Évora. No seu primeiro toiro esteve em plano superior diante o melhor da corrida que valeu volta ao ganadero, mas embora os toiros sejam bons à que saber lidá-los e foi o que Telles Bastos fez. Recebeu-o muito bem levando na garupa, cravando três compridos em “su sitio”. Nos curtos a lide continuou em plano superior cravando de frente de alto a baixo com sortes cingidas e bem rematadas.

No seu segundo toiro Manuel Telles Bastos teve por diante um toiro mais reservado que não deu tanto brilho à lide como o seu primeiro. Manuel recebeu o toiro de forma correcta. Na serie dos curtos dada a pouca transmissão do oponente a lide foi morna, no entanto subiu de tom com dois bons ferros curtos no final.

Luís Rouxinol Jr teve uma passagem muito positiva por Évora, no entanto, em certos momentos acusou algum peso da responsabilidade tendo alguns momentos de maior precipitação que em nada mancharam as suas atuações. No seu primeiro toiro recebeu-o de forma correcta. A serie dos curtos não começou da melhor forma falhando o primeiro ferro, mas depois emendou a mão e andou em bom nível, cravando de forma correta e rematando de forma superior com muita transmissão com as bancadas.

Na sua segunda lide Rouxinol Jr teve algumas dificuldades na cravagem dos compridos falhando o ferro por duas vezes, no entanto, foi nos curtos que a lide foi a mais. Montando o Douro a lide a partir do terceiro curto subiu de tom, cravando de frente com ladeios muito justos. Terminou em bom nível com dois ferros de palmo.

Embora tenha sido uma boa noite no que respeita à parte equestre, foi nas pegas que a noite teve os seus pontos mais altos. O grupo de Évora comandado por João Pedro Oliveira não acusou o peso da responsabilidade de pegar seis toiros Pinto Barreiros. O grupo composto por muitas caras novas e forcados com poucos anos de “praça” honraram e de que forma as jaquetas de ramagens.

Todas elas ao primeiro intento, abriu praça o cabo João Pedro Oliveira dando o exemplo, para depois se seguirem João Madeira, António Torres, José Passanha (pega da noite), Miguel Direito e José Maria Caeiro.

No final da corrida todo o grupo foi convidado por Rouxinol Jr a dar a volta justa e merecida à arena, agradecendo em conjunto no centro do ruedo, perante uma praça toda de pé e rendida aos “moços de Évora”.

Quanto aos toiros enviados pelo ganadero Joaquim Alves, todos eles estavam bem apresentados dentro do tipo da morfologia da ganadaria, quanto ao comportamento, cumpriram na sua generalidade, sendo bons o segundo e o quarto.

Para o êxito da corrida contribuiu também a sua celeridade, que em muito se pode agradecer à eficácia dos campinos a cavalo.

Para terminar fazer uma referência à presença de uma inspetora do IGAC e de quatro propostos a diretores de corrida.

A corrida foi dirigida de forma correcta pelo director de corrida Agostinho Borges.


Por: Luís Gamito