No dia 11 de Outubro, o Campo Pequeno recebe a tradicional Corrida de Gala à Antiga Portuguesa, que constitui sempre para além do natural espectáculo tauromáquico, um repositório da história das corridas de toiros, pois é antecedida de um cortejo evocativo das Touradas Reais do século XVIII, com cerca de sessenta figurantes vestidos à época.
Entre os actuantes, estão Rui Salvador e Miguel Moura.
Com 34 anos de alternativa, Rui Salvador pertence a uma “ínclita geração” de cavaleiros que marca, definitivamente, uma época no toureio a cavalo, pela apreciável quantidade e elevada quantidade de cada um deles.
Quando tomou a alternativa (Campo Pequeno, 9 de Agosto de 1984, tendo por padrinho José Mestre Batista), Rui Salvador já era conhecido como “o cavaleiro dos ferros impossíveis”, tal a emoção que colocava e o elevado risco que suportava, sobretudo quando cravava os “curtos” em quiebros inimagináveis. Hoje em dia, o seu toureio é mais repousado, ganhando em temple e profundidade, permanecendo, contudo, inalterada a determinação com que enfrenta cada toiro, num profundo respeito por um público que, sabe, lhe tem sido fiel ao longo da sua carreira.
Cavaleiro versátil, Rui Salvador entrega-se de alma e coração em cada lide, numa ânsia de superação capaz de competir com a dos mais jovens que procuram singrar no difícil caminho que leva ao triunfo e à glória. A sua actuação no Campo Pequeno, a 9 de Agosto, na Corrida do Emigrante é bem ilustrativo de uma trajectória artística de enorme relevo.
Miguel Moura foi um dos triunfadores da corrida de 7 de Junho, na qual se comemoraram os quarenta anos de alternativa de seu pai. Triunfou e, por essa razão, está presente na Corrida de Gala à Antiga Portuguesa do próximo dia 11 de Outubro, com a qual encerrará o Abono da temporada de 2018.
Nessa corrida, o “Benjamim” da dinastia Moura registou uma das melhores actuações da noite, sendo-lhe agora proporcionado voltar ao Campo Pequeno para referendar esse triunfo e rematar, em beleza, uma temporada na qual registou várias actuações importantes.
Com alternativa recebida no Campo Pequeno, a 17 de Julho de 2014, tendo por padrinho o seu pai, João Moura, Miguel é um dos cavaleiros que mais tem evoluído, sendo os seus progressos notados pela crítica da especialidade e algo que faz parte da preocupação diária do cavaleiro que diz: “Penso que estou a evoluir todos os dias para ser figura do toureio, pois esse é o meu objectivo.”
Na sua segunda apresentação no Campo Pequeno, na temporada de 2018, Rui Salvador e Miguel Moura, terão por alternantes os cavaleiros António Ribeiro Telles, Rui Salvador, Rui Fernandes, Francisco Palha e Marcelo Mendes, numa corrida em que serão lidados seis imponentes toiros da ganadaria Passanha. Pegam os grupos de forcados amadores de Lisboa e do Aposento do Barrete Verde de Alcochete.