Mais uma vez tocam os sinos arrebate
na tranquilidade e pasmaceira da nossa Festa dos Toiros. Mais uma morte que se
avizinha…mais um enterro anunciado.
A carismática afición nortenha irá
ficar sem o seu poiso-mor, uma praça
querida das gentes aficionadas, a da Póvoa de Varzim.
A Assembleia Municipal daquela
cidade aprovou na passada sexta-feira, uma proposta do executivo camarário
local, para a interdição da realização no concelho de corridas de toiros.
Ditou a vontade de 2 ou 3,
daqueles que eleitos põem e dispõem da liberdade dos outros, que não mais além
deste ano, a Póvoa há-de ver toiros em praça.
Tudo em nome da modernidade dos
tempos e da vergonha alheia daqueles que não respeitam as tradições e impingem
os seus ideais como sendo o de todos por obrigação.
Aos poveiros nada perguntaram
sobre a matéria já que o povo só é chamado a opinar nas urnas para os instalar
no poleiro. Deles, os ‘galos’ que cacarejam contra as leis, mais se sabe que os
movem outros interesses além do bem-estar animal… Mas o tempo o comprovará!
Por agora vestimos de luto.
Tal
como o fizemos por Viana do Castelo onde também a praça de toiros local foi ‘assassinada’.
E tal como cobardemente, de forma mais disfarçada, foi sendo feito noutras
praças…onde as corridas de toiros têm sido “congeladas” até que delas se
esqueçam…
E desenganem-se os que pensam que
as praças de toiros ‘morrem’ sempre por culpa dos anti-taurinos. Há para aí uns
quantos tauródromos em que os coveiros são mesmo é cá de dentro…
Acresce a isso, a passividade dos
que da Festa vivem, que agora põem a urna a ombros mas antes não deram o peito
às balas, tentando evitar a fatalidade.
Resta-me acreditar que ao terceiro
dia haverá ressurreição e que possa ainda ser contrariada esta anti-liberdade,
este crime ditador…e os toiros possam regressar à praça da Póvoa!
A 11 de Agosto, será a última
corrida por agora anunciada na Póvoa de Varzim. Depois, faremos o luto…mas não
se esqueçam, o luto durará apenas semanas e podemos ter perdido mais uma praça
mas ainda assim, a Festa dos Toiros, essa não morreu!
Pois “podem tirar-nos a vida mas nunca nos tirarão a liberdade”.
Patrícia Sardinha