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    Crónica de Lisboa: “Houve mais marés que marinheiros”


    A corrida da passada quinta-feira no Campo Pequeno, veio contrariar o festejo anterior, pelo menos no que a toiros diz respeito. 



    O imponente curro da ganadaria Pinto Barreiros foi sem dúvida alguma o verdadeiro triunfador desta corrida. Animais com trapio, o primeiro e o último com respeitosa córnea, mas acima de tudo foram toiros que exigiram, sérios a transmitirem e de bom comportamento, bravos e nobres, o segundo e o quinto da ordem. 

    Contudo, houve mais marés que marinheiros, houve toiros mas faltou de toureiros e artisticamente a coisa ficou aquém da qualidade dos toiros. 

    Luís Rouxinol prestou-se às duas actuações mais regulares da noite, ainda assim carecendo ambas de maior impacto e assertividade no momento da reunião. Com o primeiro, um toiro que não se empregava tanto, arriscou com a novidade Fenício, que promete mas ainda a acusar ser novato perante a exigência do toiro. Melhorou o registo com o Amoroso numa lide que contudo soou a esforçada. 

    Mais a gosto andou Rouxinol frente ao quarto, sentindo-se mais confiado no Douro, com o qual tentou manter ligação com o oponente, ajustando-se na brega arrimada. Rematou função com um palmo e par de bandarilhas para gáudio do conclave. 

    Filipe Goncalves bailou com as mais bonitas da noite mas pelo menos a uma não soube acompanhar nos passes de dança. O primeiro foi um bom toiro, um animal que transmitia, que se arrancava, enraçado, bravo...mas pouco foi toureado. Uma actuação irregular, montando o Chanel, e onde a insistência nos quiebros levaram a demasiadas passagens em falso. 

    No seu segundo, outro bom toiro, de grande nobreza, fijeza e mobilidade, que pecou por perder algumas vezes as mãos, Filipe Gonçalves voltou aos quiebros, desta feita materializáveis. 

    Francisco Palha teve duas passagens intermitentes pelo Campo Pequeno. Se frente ao primeiro do seu lote, entusiasmou com a porta gaiola, acabou por não ser convincente no resto das actuações. Acresce, a por demais intervenção dos peões de brega na colocação do toiro junto às tábuas, facilitando para que o cavaleiro se pudesse evidenciar naquilo que vem sendo apanágio nas suas lides, cites de largo, para aguentar a investida da rês e cravar com impacto. Contudo, consentiu algumas passagens em falso, ferros falhados e toques nas montadas. Não deu voltas à arena, ainda que concedidas. 

    Nas pegas estava em disputa o prémio para a melhor, que veio a ser conquistado por Ventura Doroteia dos Amadores de Cascais, naquela que foi a derradeira pega da noite. 

    Pegou pelo Grupo do Ribatejo, Pedro Espinheira bem à primeira e João Espinheira também à primeira a aguentar bem de braços; pelos Amadores da Chamusca, pegou Bernardo Borges eficientemente à primeira, e Francisco Borges com uma pega rija também ao primeiro intento. Pelos amadores de Cascais, Carlos Dias pegou à segunda e Ventura Doroteia à primeira. 

    Dirigiu a corrida, sem o critério que lhe é conhecido, o delegado técnico Tiago Tavares, numa corrida em que para além dos toiros, há a destacar a boa casa, com cerca de ¾ das bancadas preenchidas. Salientar ainda as duas voltas concedidas, justamente, ao ganadero Joaquim Alves.