A Praça de Toiros das Caldas da Rainha foi na noite de sábado palco daquela que já pode ser considerada uma das corridas-acontecimento da presente temporada.
Se ter uma casa praticamente lotada já era motivo de regozijo, o que se viveu toda a corrida, e principalmente no final, acabou por engrandecer ainda mais a importância deste festejo, demonstrando bem a força da Festa dos Toiros, com o público sem arredar pé do tauródromo e a aplaudir em pé todos os intervenientes, desde cavaleiros, forcados, ganaderos, empresário e peões de brega.
Um verdadeiro hino aos nossos artistas, à nossa Tauromaquia e para o qual também contribuíram o bom desempenho de todos os intervenientes.
Lidaram-se toiros da ganadaria Fernandes de Castro e um novilho da ganadaria Prudêncio, por 3 dinastias - pais e filhos - e em saudável competição: Mouras, Telles e Rouxinóis, tendo sido esta última a dinastia que se destacou nas Caldas da Rainha.
Dos Mouras, ficou patente a mestria do pai, João Moura, com a costumeira sapiência de quem nasceu para tourear; do filho Miguel, a notória irreverência e a certeza que promete dar continuidade ao apelido que carrega.
Da família Ribeiro Telles, António manteve o cunho de uma actuação de regularidade, no estilo clássico e com bons ferros; enquanto que o filho, ainda amador, aporta a que vai ser dos grandes, pese embora o caminho que lhe falta tragar.
Tal pai tal filho, é o que se poderá dizer dos Rouxinóis, que onde quer que pisem uma arena, entram para dar tudo. Se o Luís pai já tinha chamado a si as atenções com uma lide de alto calibre; o Luís filho rematou com chave de ouro, sendo protagonista de uma actuação madura, com principio, meio e fim.
As pegas estiveram a cargo dos Grupos de Lisboa, Real de Moura e Caldas da Rainha, pegando respectivamente Pedro Gil e João Varanda; Cláudio Pereira e Gonçalo Borges; e Lourenço Palha e Francisco Esteves. Todas as pegas foram de valor e todas elas ao primeiro intento.
E quando muitas vezes damos por nós a admirar e gabar as Figuras do lado de lá da fronteira, assistir a uma corrida destas demonstra bem que "O que é Nacional é bom".
E este é certamente um Cartel para repetir...
Fotografia: Rafael Marcelino