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    Artigo Opinião - "Em estado febril!"


    Illa, Illa, Illa… irra que agonia!
    Em pleno estado febril, estamos sem soluções… ou não as queremos ver!
    A caminhar para uma altura de menor cartelaria diária, os que faltam apresentar desanimam brutalmente aqueles que, erradamente talvez, mantém uma réstia de esperança quando justo e merecido seria o descrédito.

    Con la miel en los lábios… praças cheias, esgotadas, boas afluências em três, quatro, cinco ou seis corridas num só dia, independentemente da qualidade (ou falta dela) nos cartéis. Sinceramente, e comparativamente com a primeira parte da temporada, vivemos um momento mais assentado no que concerne à elaboração de cartéis, e desenganem-se os que pensam que agosto e as suas tradicionais corridas resultam sempre… Há sempre quem jogue para a liga dos últimos (há muitos quem nem conhecem outra liga) e tenha sorte, é um facto, mas quem aposta e mete a cabeça a prémio, também costuma ter o lugar garantido na champions!

    Mas a motivação a este escrito não incide particularmente no parágrafo acima, mas sim nos capítulos que se avizinham para o que resta de temporada 2017, e apraz-me dizer… intolerante e completamente fatigante.

    Padilla apresenta-se de novo em Portugal… Depois de ainda não ter conseguido tourear qualquer toiro, de abrir facilmente uma porta do Campo Pequeno (peço desculpa, mas enquanto continuar com este critério jamais lhe posso chamar porta grande) e dar um petardo em Vila Franca, continua a apostar-se no tipo de espectáculo (?) do toureiro jerezano. Tem o seu mérito, passou por muito, monta o seu espetáculo, blá blá blá… toureia menos que qualquer um dos nossos e ponto final. Se atrai os bobos todos… isso! Força! Descurem o final de temporada dos 125 anos da praça mais importante do país. Juli (triunfou), Finito (triunfou), Ferrera (triunfou em várias temporadas), Manzanares (o triunfo mais vibrante dos últimos tempos), Enrique Ponce e a sua Crisol (era aposta mais que ganha…). Falamos, logicamente, de diferentes valores de cachet, mas falamos também, de um espetáculo com qualidade e verdade incomparáveis… Julgo que quem entenda, e sinta, pense assim! Mas atenção que isto é opinião pessoal, e como escrevi recentemente numa crónica que tanto insulto me motivou (para os infelizes que ladram, a caravana há-de continuar a passar…), anda tudo sem noção! Felizmente Manuel Dias Gomes repete no Campo Pequeno, e se isso não acontecesse seria injusto e desigual, contudo, esperamos oportunidades para todos...

    De qualquer forma, e porque a opinião não é abrangente de uma só temática ou situação, felicito a empresa pelo cartel montado na celebração do 125º aniversário, pelo empenho e qualidade que esteve à prova nessa noite e foi superada, bem como pelos esforços e jogo hábil muito conseguido na colaboração com a TVI, estação referência nacional e mais uma vez comprovado pela excelente emissão. Parabéns Campo Pequeno e TVI, mas… já que toco nesta corrida, toco na ferida que mais me dói em relação ao Campo Pequeno, e ao toiro que se apresenta em Lisboa. É triste eu ir a Moura, São Manços, Messejana, Amieira (entre várias outras), e ver um toiro sério, com trapio, com hechuras e digno, e em Lisboa ver gado ao nível de uma desmontável (salvo corridas e excepções)… Queremos ser como Sevilha ou Madrid, abrir portas grandes e dar eco de triunfos de praça categórica, mas falhamos rotundamente naquilo que Sevilha e Madrid privilegiam e conservam como estandarte: o Toiro.

    Mantendo o sector, mas mudando o plano, Rafael Vilhais mantém a linha triunfal esta temporada… Sinceramente, não me recordo de uma corrida sua (este ano) que tenha metido menos de três quarto de público. Analise-se os cartéis e muitas das ganadarias (bem como a apresentação dos toiros), e à exceção de Beja (triste sina a minha), o toiro sério e de verdade esteve presente em todas as suas praças… Mas o mérito de Vilhais é daqueles que faz o aficionado aguçar o sentido, expectar e expectar mais, mas quanto mais alto é o sonho, maior é a queda, e a Feira da Moita fez-me aterrar sem pára-quedas.
    Da Feira mais importante espera-se sobretudo a diferença que ninguém consiga marcar no decorrer da temporada, e nisso têm falhado os últimos empresários que por a Daniel do Nascimento têm passado.
    Nenhum dos cartéis apresentados este ano pela empresa de Rafael Vilhais são impossível de conceber por qualquer empresário, ou de ser vistos em qualquer praça. Não que a qualidade seja totalmente descurada, mas a banalidade está (pelo menos à minha) vista, até porque esporadicamente o empresário ribatejano nos tem brindado com cartéis de qualidade, mas acima de tudo, com mais interesse que os apresentados para a maior e melhor feira taurina de Portugal.
    Nota alta para a contratação de uma figura (incontestável) do escalafón de Espanha (e aqui sim, de salutar o trabalho da empresa) como é o caso do francês Sebastian Castella, toureiro de vários quilates e que aumenta o nível da Feira da Moita pelo interesse e novidade que pode despertar. Mas ao lado de uma primeira figura apresenta-se um novilheiro, e isso é inconcebível, mais ainda quando temos matadores, que todos juntos e juntando as corridas que têm, consegue-se contar tudo com os dedos de uma mão! Como estimulamos assim a competição? Como podem ganhar traquejo e placeamento os nossos toureiros? Não que o jovem Cuqui não tenha qualidade ou mérito para entrar num certame como este, mas não é a altura certa, muito menos o cartel, para a sua inclusão! Mas da poda saberá o empresário e os cartéis estão na rua, sendo que a opinião é a minha e a mim me vale…


    Boa Feira de Alcochete, diferença sentida na aposta pelo toiro sério, e na boa elaboração de cartéis; Abiúl voltou a resultar, mesmo com cartéis que nada tinham de relumbrón, mas houve aposta no toiro, e em Abiúl há muita e boa afición; Aguarda-se uma Feira de Outubro com qualidade suficiente para esquecer o Colete Encarnado… E até um próximo capítulo, que sinto que a febre tardará em passar!

    Pedro Guerreiro