Valência, 7ª de 'Fallas'. Nos tendidos um 'casi no hay billetes'. Dois toureiros jovens, um consagrado, outro em busca da consagração. Alejandro Talavante vs Andrés Roca Rey, toiros de Victoriano del Río e Cortés.
A corrida que Victoriano apresentou em Valência teve pouco fundo, algo abanta e sem nunca oferecer potabilidade aos toureiros. Como quem tem dedos toca guitarra, quem conseguiu tirou água ao poço...
Alejandro esteve em Talavante. Quiçá sem a exuberância que se pretendia nesta tarde, mas ainda assim, com uma qualidade e senhorio de fazer gala. Os dois primeiros deram-lhe trabalho, completamente 'rachados' e com pouco para dar, fizeram o toureiro 'extremeño' puxar dos galões, mas não chegou para destapar o génio. Escutou ovação no primeiro, sendo silenciado no segundo. O quinto foi mais nobre, embora lhe faltasse classe. A sequência foi maior, embora nem sempre limpa e com eco na bancada... Teve a gosto, toureou com profundidade e cortou uma orelha.
O peruano Andrés Roca Rey fez de novo valer o seu apelido. Toureia como é, majestoso, com ganas, mas com cabeça, com alma, com arte. No primeiro andou sóbrio e escutou ovação, mas quer a fechar a primeira parte, quer a fechar a corrida... Roca foi mesmo 'Rey'!
Sacou duas faenas a toiros que muito pouco tinham por sacar. Fiel de si, confiante, elegante, toureiro... Que gosto ver Roca Rey, quer com o capote, com a muleta, de 'rodillas' com temple e suavizando investidas sem nobreza, sem fundo. Duas orelhas no 3ª e uma no 6ª foi o resultado, justíssimo, da entrega e valor do jovem toureiro, que à semelhança de José Garrido e de Juan del Álamo, vem atribuindo a vantagem aos mais novos nas Fallas 2016...
Fotografia: aplausos.es