
Pois agora que estamos no defeso, iremos colmatar essa saudade com os artigos de opinião de Pedro Guerreiro.
Sempre frontais e pertinentes...para um defeso a dar que pensar!!
'Música!!'
'Música!!'
Quiçá devido aos tempos, quiçá devido ao (des)conhecimento,
quiçá devido à euforia, deparamo-nos com um quadro a roçar o intolerável e a
banalizar de forma alarmante os critérios pelos quais se deve reger uma Corrida
de Toiros.
O papel da Direção de Corrida é pertinente, suscitador de
polémicas mas importante e preponderante em vários aspetos que ultrapassam as
leis.
Que critérios taurinos estarão na base de outorgar música?
Voltas, caprichos de 'um ferro'? Autorizar tentativas de pega, quando estas
excedem o tempo e o limite? 'Questiúnculas' a elucidar.
Em tertúlias com alguns amigos, exprimem a sua opinião como
implacável: 'Tipos de toureio há dois, o bom e o mau.' Pertinente,
com o seu fundo, embora distante do pensamento e retrato taurino da década em
que nos inserimos. Em Portugal cada um quase ostentará o seu estilo, o seu
cunho e os seus modos... Totalmente aceitável, mas, discutível. As bases devem
(ou deviam) ser incutidas a todos de igual forma: implementar a seriedade,
verdade e correção no seio do seu toureio, e daí empregar o seu cunho. Que
conceito privilegiará a Direção de Corrida? Que critério será digno de música,
e terá mérito para escutá-la?
Ferros p'ra lá do '… de judas', passagens a carecer da
'máquina da verdade' e... 'Música!!' Manter uma postura e fazer a sua vontade
superior à do público (que é e tem ser), é necessário, urgente e será
fundamental. Fazer uma correção ao público, é uma forma de educar, ensinar e
fazê-lo 'cambiar' de mentalidade. Em que Corrida não foi a direção vaiada? Em
que Corrida não se solicitou música e ferros até à exaustão? Fazendo uma
reflexão aprofundada... Não me recordo de nenhuma!
Os próprios toureiros deviam rever-se (e as suas atuações) e
ter consciência do que é tolerável e do que é ridículo. Forçar voltas, forçar
lide e por vezes forçar o Toiro, tem tanto de benéfico como as posições
'ilusionistas' dos Partidos que apelam ao verde e ao animalismo radical...
Nada!
De forma muito breve a 'prensa' comenta a postura da Direção
de Corrida nas crónicas, talvez com medo do 'veto' ou da 'nega' à senha, talvez
porque os desempenhos da mesma tenham resultado discretos e pouco relevantes,
ou pouco saberão do regulamento...
Tal e qual as concessões, urge reflexão nas aprovações. Em
casos isolados, embora se continuem a registar de forma negativa, o rigor nem
sempre ombreará com a verdade necessária. Vila Franca, a 'Sevilha Portuguesa' e
o 'Toiro-Toiro'. Ostentar vedores, em casos como os da passada Feira de
Outubro, é o mesmo que ter... Isso, e uma praça cheia a protestar,
comprometendo a afluência a espetáculos a partir daí montados. O Toiro detém
diferentes traços consoante o sítio onde se encontra: Tem uma apresentação no campo,
uma no curral, nos curros, outra na trincheira e ainda na Galeria. De Toiros
ninguém sabe tudo, mas assumir-se como vedor e dar 'avale' aquilo... Grave! De
facto valeram mesmo os Graves a fechar, perante uma entrada... 'e uma
praça cheia a protestar, comprometendo a afluência a espetáculos a partir daí
montados'.
Nas últimas duas temporadas observaram-se aumentos
progressivos no que concerne a duração de espetáculo (talvez o regulamento
tenha ajudado). O espetáculo de Toiros deve abominar quaisquer tempos mortos,
de forma a diminuir a monotonia e em prol do aumento da emoção.
A instrução deve fazer parte de uma Corrida de Toiros, e quem
melhor que o Director para ditar regras e alargar mentes?