Festas da Moita 2015 - a última corrida
Depois da já famosa “Tarde do Fogareiro”, na Av. Teófilo Braga, onde diariamente se realizam as largadas e nos leva à “Porta Grande” da Praça Daniel do Nascimento pela qual Padilla saiu, em triunfo, há poucos dias, realizou-se a última corrida da feira, tendo Bolota e a Aplaudir razões para se sentirem satisfeitos com um evento que levou a uma casa bastante composta com os “tendidos” quase cheios.
Com toiros de Herdeiros do Dr. António Silva – encaste Pinto Barreiros e Tamaron – teve lugar na Moita a corrida que encerrou a feira taurina desta terra de aficionados. Os toiros saíram bem apresentados com cornamentas imponentes e bem rematados.
A Sónia Matias saiu o mais pesado da corrida, com 570 Kg e quatro anos. Saiu com pata mas foi bem dobrado, no entanto a cavaleira nunca se entendeu com ele; com “reuniões” muito aliviadas e não medindo bem as distâncias falhou imensos ferros, quer nos compridos quer nos curtos. Não foi a sua noite! Via-se no seu semblante que sofreu com isso.
Para a pega saltou Fábio Silva, dos Forcados Amadores da Moita, que nesta noite partilhavam a função com os Amadores de Alcochete.À terceira tentativa, depois de o toiro ter descomposto o grupo nas anteriores e com ajudas carregadas, com garra e alma concretizou-se a pega.
Não foram atribuídas voltas aos artistas.
Para Gilberto Filipe saiu um hastado bonito de tipo, com 535 Kg. Bem recebido, bem dobrado e bem lidado. Nos compridos cravou dois ferros à tira de boa nota, nos curtos evoluiu desde os primeiros com muita velocidade até ao temple do último, um violino que se “ouviu” com prazer e deixou no ar o clamor dos êxitos.
Para a pega, Vasco Pinto cabo dos Amadores de Alcochete, escalou Pedro Belmonte que cita a mais de meia praça. O toiro arranca mal o vê. Com um coração do tamanho do mundo aguentou, recuou e reuniu com perfeição. O morlaco não derrotou mas empurrou com força até à trincheira, tendo o grupo fechado a contento.
Volta para cavaleiro e forcado.
510 Kg tinha o oponente que estava reservado a Filipe Gonçalves. Bem apresentado como os demais, com uma cara de meter respeito foi recebido com a propósito e cravados três compridos sendo os dois últimos em sortes bem desenhadas. Nos curtos montou espectáculo. Bem montado, desenvolve uma lide movimentada, com ladeios e recortes com ferros a quiebro mas com reuniões cuidadas e bem rematadas até à intervenção do cavalo Xique, com o inevitável bater de palmas e um violino a condizer. Uma lide “redonda” com gosto e a gosto do público!
Para a pega saltou o mais afortunado, nesta noite, dos Forcados da Moita: Francisco Mirrado. Bem a citar, a recuar e a reunir bem ajudado. Boa pega! Quando as coisas são simples e bem feitas, são assim!
Volta para os artistas.
Para Marcos Bastinhas saiu dos curros um exemplar bem apresentado e com 530 Kg, talvez o melhor da noite. Bem recebido e com a alegria própria da “família” cravou dois compridos à tira; após mudar de cavalo e de tércio, delicia o público com preparações, ladeios e até ferros a quarteio no meio de tanto recorte, rematando com um par de bandarilhas, marca da casa, que o conclave aplaude forte.
Pelos Forcados de Alcochete salta à praça João Machacaz, ex cabo dos Amadores do Ribatejo. Este é um dos casos onde tudo devia dar certo, como o da pega anterior, e deu! Bom toiro, bom forcado e bom grupo, logo: boa pega.
Volta para cavaleiro e forcado.
Joaquim Bastinhas, anunciado nas cartazes, mas lesionado entretanto – votos de boas melhoras e franca recuperação –, foi substituído por Tomás Pinto. Para Tomás estava reservado um toiro com 490Kg que espalhou o pânico mal entrou na arena. Investia intempestivamente em tudo o que mexia provocando calafrios não só ao cavaleiro como a quem estava na trincheira. Nalguns momentos Tomás Pinto sentiu que ia ser complicado, tais os “apertos” em que foi colocado.
O toiro foi-se resguardando e fechando em tábuas, dando arreões e não dando brilho às sortes, colocando muitas vezes o cavaleiro em dificuldades.
Esta era a pega que o cabo dos da Moita não queria para nenhum dos seus e por isso achou que devia ser ele a dar a cara; contudo, nem ele nem o grupo conseguiram dar volta à papeleta. É pena! Pedro Raposo é um grande Forcado, não é novidade, mas há situações demasiado penosas, quer para ele quer para quem gosta da festa. O toiro foi “pegado” mas… Pedro, melhores dias virão! Um abraço de solidariedade.
Volta para o cavaleiro.
Mara Pimenta, toureira praticante, tinha à sua espera um toiro com 478 Kg que é recebido com duas sortes à tira bem desenhadas, nos curtos entra recto e simples, sem “rodriguinhos”. Prático e simples. O toiro foi-se acabando aos poucos mas a receita foi-se mantendo, quando o toiro já não saía das tábuas os bandarilheiros resolveram a questão e depois de colocado em terrenos mais confortáveis a cavaleira brilhava. Bonita lide.
João Pedro, de Alcochete, foi o escolhido para fechar a noite e a feira, mas o destino assim o não quis. Citou de largo, fez tudo bem mas o toiro quando sentiu o grupo derrotou forte e derrotou o forcado da cara que foi dobrado pelo seu colega Diogo Timóteo. Diogo fez igualmente tudo bem e o grupo ajudou de forma coesa concretizando uma pega vistosa.
Volta para cavaleiro e forcado.
E a Festa da Moita é assim. Depois da largada a tarde do fogareiro seguindo-se a corrida e por último a largada às 2 da manhã, estando a Av. Teófilo Braga novamente apinhada de gente e de afición.
Para o ano há mais Festa e mais corridas!
Autor: Rui Loução