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    Emoção e Susto no Coliseu do Redondo



    Crónica de:
    Prof. Sebastião Valente

    Fotografias de:
    Vitor Besugo


    Integrada na Feira de S. Francisco realizou-se no passado dia 5, no Coliseu Redondense, mais uma Tradicional Corrida de Touros.
    O Cartel era constituído por João Salgueiro, Sónia Matias e Ana Batista, estando as pegas a cargo dos grupos de Forcados Amadores de Lisboa e do Redondo comandados respectivamente por Pedro Maria Gomes e João Filipe Santana.

    Os toiros com pesos compreendidos entre os 505 e os 590 quilos provenientes da Herdade de Emaús nos campos de Vila Franca de Xira pertenciam à Ganadaria de Canas Vigouroux divisa Branco e Amarelo e espalharam a emoção e o susto dentro e fora da arena. Arrancando-se de largo recarregando depois das sortes deitaram cá para fora muito da casta Cabral de Ascensão que lhe ia lá dentro.

    Estava em disputa o prémio Simão da Veiga Jr. para a melhor lide a cavalo e o prémio Miguel Capinha Alves para a melhor pega.

    Iniciou a função Joaão Salgueiro que frente a um negro com um 7 na espádua deixou os compridos da ordem sendo o primeiro de frente e segundo à tira. Muda de montada e depois dum primeiro curto algo traseiro e em que sofreu um ligeiro encontrão, melhorou um pouco destacando-se o terceiro em que entrou bem de frente. Voltou a deixar tocar a montada e terminou com um ferro vulgar.

    No seu segundo ensabanado de pelagem e que se mostrou um pouco reservado de inicio e com meias arrancadas mas foi melhorando ao longo da lide o Cavaleiro de Valada do Ribatejo apontou dois bons compridos e, nos curtos, teve oportunidade de fazer toureio ao seu jeito citando de largo fazendo a paradinha e cravando ao estribo. Pena que tenha deixado ir a lide a menos finalizando com penúltimo vulgar e um último com o toiro completamente parado.

    Sónia Matias que lidou os saídos em segundo e quinto lugares desenvolveu duas lides muito idênticas, cheias de movimento e alegria e com bons ferros de permeio. Terminou ambas as actuações utilizando o Atrevido, um Árabe exímio em executar as sortes de violino quer com os curtos quer com os ferros de palmo. Esteve bem Sónia no Redondo.

    Para Ana Batista sai em primeiro lugar um negro, cheio de sentido, a adiantar-se no momento da reunião e a procurar sistematicamente uma saída para o campo. Ana deixa-lhe os compridos a despachar e, nos curtos, utilizando a mesma montada tem três ferros de nota razoável pois o toiro, como já dissemos, adiantava-se no momento da reunião. E é à entrada para o quarto ferro que oponente consegue os seus intentos colhendo violentamente o cavalo e provocando aparatosa queda da cavaleira, que teve que ser retirada inanimada da arena. Felizmente sem as consequências que se chegaram a recear.

    No seu segundo, numa manifestação de estoicismo mas visivelmente diminuída física e psicologicamente, cumpriu a papeleta embora algo receosa e aliviar ligeiramente as sortes. Teve o mérito de não renunciar à luta.

    Pelo Grupo de Lisboa estiveram na cara Francisco Mira, Pedro Gil e Pedro Miranda todos ao primeiro intento.

    Pelo Grupo do Redondo foram solistas Roberto Mataloto que se despediu das arenas e concretizou ao primeiro intento, Nuno Oliveira também de primeira mas foi no último que o grupo manifestou algumas insuficiências pois, apesar da garra do forcado da cara Rui Grilo, não chegaram as seis tentativas para concretizar a pega pois o grupo não se conseguia fechar. Benevolentemente mandado tocar para a cernelha pelo Director da Corrida, novamente se revelou a falta de traquejo do Grupo na execução desta sorte pois Pedro Roma e Bruno Xavier só o conseguiram porque o toiro se parou e quase que lhes disse agarrem-me.

    Dirigiu a Corrida o Senhor José Tinoca, assessorado pelo Dr Matias Guilherme.

    No final o Júri atribuiu o prémio para a melhor lide a cavalo a Sónia Matias e o da melhor pega a Francisco Mira do Grupo de Lisboa.