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    'Novela' ANGF x Alvarenga: "Aficionada da Semana" faz esclarecimento final

    Da aficionada Carolina de Abreu Costa,  recebemos o seguinte texto que passamos a transcrever na íntegra:

    "Duas notas preliminares:

    1. O texto intitulado “Façamos de conta” foi enviado para todos os sites de comunicação social taurina, incluindo o Farpas. Apenas foi publicado no Naturales e na Tauromania. Os demais sites não publicaram, e nada disseram, exceptuando o Tauródromo, que respondeu nos termos que passo a transcrever:

    Date: Thu, 26 Aug 2010 13:53:50 +0100
    From: geral@taurodromo.com
    To:
    Subject: Re: Opinião
    É sem duvida um artigo de muita qualidade, mas como deve compreender o mesmo artigo já foi publicado no site tauromania.com, daí não podermos fazer a publicação do mesmo texto. No entanto e dada a tão grande qualidade na escrita, pretendiamos propor o envio de mais opiniões para publicarmos no nosso site.

    Cumprimentos,
    Luís Gamito.

    Cada site publica o que quer, evidentemente, apenas fiz esta ressalva para explicar porque motivo envio este texto apenas para o Naturales, Tauródromo e Tauromania.



    2. Eu não voltarei a escrever mais artigos. Não quero ser igual aos outros. Nem quero ser igual àqueles que critiquei. Vou fazer em vez de falar, vou oferecer a minha ajuda. E não me importo se, para o Miguel Alvarenga, eu sou a Carolina Arredonda-a-Saia. Porque primeiro, a falta de cultura do senhor Alvarenga impede-o de saber que era à Rosa, e não à Carolina, que era pedido para arredondar a saia e, portanto, até a graçola saiu furada. Segundo, prefiro ser a Carolina Arredonda-a-Saia, do que ser falado, chamado e lembrado de Miguel Aldrabenga.


    O REI VAI NU!

    Um autor dinamarquês chamado Hans Cristian Andersen publicou, em 1837, um conto infantil, com o título “A nova roupa do imperador”. Aí se conta a história de um rei muito vaidoso, que desfilou com um fato que, dizia-se por toda a aldeia, só as pessoas inteligentes eram capazes de ver!

    Obviamente que ninguém via o fato – porque o fato, na verdade, não existia – mas, com medo de passarem por burras, não ousaram dizer aquilo que todos pensavam. Mas, para azar do rei, no meio da multidão estava uma criança que, com a verdade e sinceridade que só a idade permite, gritou a viva voz: “O rei vai nu! O rei vai nu!”. E, embalada por aquele grito da criança, toda a aldeia assumiu, em uníssono, “O rei vai nu! O rei vai nu!”.

    O rei, no entanto, para não dar parte fraca, prosseguiu o cortejo, cabiz baixo, dizendo: “vocês é que são todos burros! Por isso é que não vêem o meu fato!”
    Mas o burro era mesmo ele…

    A Carolina de Abreu Costa existe mesmo. Sou eu, moro na Parede, sou apenas aficionada. E estou a escrever estas linhas. Tal como escrevi as outras, que tanta tinta fizeram correr.
    E porque fizeram correr tanta tinta?
    Porque as pessoas desta nossa aldeia tauromáquica têm todas medo de dizer o que pensam. E eu fui aquele rapazinho que, simplesmente, disse o que pensava, e gritei: “o rei vai nu!”. E agora muitos gritam “o rei vai nu!” e o Senhor Miguel Alvarenga reconforta os seus próximos, dizendo: “eles é que são todos burros”, tal como fez o rei no conto de Hans Cristian Andersen.

    Não pretendo nem vou alimentar polémicas. Limitei-me a expressar a minha opinião, como muitos fazem. Disse o que pensava. Que eu saiba não é a primeira vez que vejo publicados artigos de opinião em sites taurinos e que são assinados por meros aficionados. Miguel Alvarenga, por exemplo, não faz outra coisa que não expressar opiniões, mas porque desconhece a palavra “factos”. Não percebo, por isso, o porquê de tanta indignação quando eu fiz uma vez o que ele fez mil vezes, e outros fizeram dezenas de vezes.

    Esta é, por isso, a última opinião que vou divulgar, e faço-o para os aficionados, tal como fiz com a anterior, e não para o Miguel Alvarenga. Esse não muda nem nunca mudará. O que pode e deve mudar, isso sim, é a nossa atitude perante o Miguel Alvarenga e o seu séquito.

    Escrevo este último artigo para que reflictamos acerca da forma como Miguel Alvarenga está, neste momento, a gritar ao povo em seu redor “não liguem, eles são todos burros, eu não estou nu, eu não estou nu!”. Esse grito tem de ser analisado, e não pode ser ignorado, pois é o espelho claro do desespero e da falta de sustentação deste rei e do seu reinado do faz de conta, que está a vir por aí abaixo sem que ele possa fazer nada senão lançar mais boatos, nos quais já ninguém acredita. Miguel Alvarenga cimentou o seu reinado e dirige-o a partir de um castelo de cartas. Mas veio a brisa (espero que o vendaval esteja para breve!). E agora ele quer a todo o custo que a brisa pare de soprar. Mas tenta fazer parar a brisa da forma que sempre fez tudo e, portanto, os aficionados já não vão na cantiga do bandido. Já chega de comprar banha da cobra…

    É importante não esquecer que Miguel Alvarenga teve, na última semana, uma oportunidade de ouro para ganhar a sua guerrinha pessoal contra José Fernando Potier. Eu também li o comunicado da ANGF, e aí se dizia claramente: mostrem a decisão do Tribunal, e a direcção da ANGF demite-se. Assim, Potier ofereceu de bandeja a Alvarenga a hipótese de este cantar vitória. Mas Alvarenga, ao invés de, como se diz no futebol, aproveitar e marcar um golo de baliza aberta, nem sequer chutou à baliza. Não divulgou a decisão que incessantemente diz existir, não podendo assim cantar vitória nem demonstrar que Potier é um mentiroso. Ora quem é que, sendo-lhe dada uma oportunidade destas, não a aproveita?
    Pergunto, em face disto, não é legítimo que os aficionados pensem que o mentiroso é, afinal, Miguel Alvarenga?

    E o que dizer deste “documento” que agora veio a público, emitido pelos Grupos de Forcados excluídos, e que foi prontamente divulgado? De direito e de tribunais não percebo nada, mas sei ler. E lendo constato, desde logo, que isto não é um documento. É um comunicado que foiescrito pelos seus signatários. E traz umas alegadas citações de um alegado documento. Hoje em dia é tão fácil digitalizar um documento, não tinha custado nada e dissipavam-se as dúvidas. E mais uma vez era tão fácil, mas eles optam por fazer as coisas assim. E ficamos todos na mesma, sem saber se o documento existe. Depois, e mesmo partindo do pressuposto que as citações são verdadeiras e que o documento existe mesmo, não posso deixar de constatar que termina da seguinte forma: “até existir uma decisão do Tribunal”. Então mas essa decisão não existia já desde a semana passada? Não se falou, escreveu e reescreveu que o juiz havia dado razão aos Grupos excluídos? Então os Grupos excluídos não tinham já vencido a guerra contra a ANGF e tinham sido readmitidos? Então há ou não há decisão? É que “até existir”, pressupõe que “não existe”. Portanto, afinal parece que não há decisão, e que o documento não existe. Eu sei ler. E isto não é nenhum documento do tribunal, e muito menos é uma decisão do tribunal. Quem foi, e é, afinal, o mentiroso? Pois…

    E quando ontem foram postos em causa todos estes comportamentos, que hoje se repetiram, o que optou por fazer Miguel Alvarenga?
    Escreveu um artigo verdadeiramente inqualificável, acompanhado de uma imagem ordinária, parodiando a minha opinião, e imputando-a a outra pessoa, que não identifica mas insulta. Ora, primeiro, fui eu que escrevi o artigo, e não essa outra pessoa, seja ela quem for, embora calculo que se esteja a referir a alguém da ANGF…

    Mas, segundo e mais importante, o insulto é o último argumento de quem não tem argumentos. Senão vejamos: Miguel Alvarenga, ao invés de partir para o insulto fácil e gratuito, poderia, facilmente, ter refutado tudo aquilo que eu disse e que vem sendo dito na comunicação social. Poderia ter divulgado a decisão do Tribunal contra a ANGF, poderia ter divulgado o seu cadastro, poderia ter divulgado a sua declaração de IRS, poderia ter divulgado que bens tem em seu nome, poderia ter divulgado o que já fez pela Festa para além de escrever no Farpas, poderia ter dito em casa de quem passou férias esta semana e em troca de quê, poderia ter dito porque razão pede aos empresários para lhe pagarem a publicidade com antecedência, poderia ter dito tanta coisa. E seria tão fácil dizê-la… Porque quem não deve não teme.

    Mas não fez nada disso. Aliás, fez precisamente o contrário. E escreveu ainda mais um artigo onde disse que não ia dizer nada, acabou por dizer muito, mas sem dizer nada. Porque se limitou, mais uma vez, a lançar novas suspeitas sobre a ANGF e sobre os seus dirigentes, a dizer que ganhou uma guerra, que a ANGF morreu, e que agora é que vai ser… Mas tem provas do que diz? Não tem. Por isso isto é mais do mesmo ou seja, não é nada. Ou é. É fazer de conta…

    Por isso não restam dúvidas nenhumas que o rei vai nu! O rei vai nu! E o próprio rei já percebeu que vai nu… E porque mais que diga que tem um fato lindo, que só os inteligentes conseguem ver, a verdade é que não tem fato nenhum. E vai nu. E toda a gente já percebeu que ele vai nu. E mesmo aqueles que ainda não tiveram a coragem de dizer que ele vai nu, também esses, já perceberam que ele vai nu. Não é possível fazer mais de conta que ele tem um fato lindo…

    Eu não conheço o Miguel Alvarenga. O que sei é que ele é um mau cidadão (está preso), e que presta um mau serviço à Festa. E eu, como aficionada, sinto-me prejudicada.
    Mas engana-se quem pensa que sou prejudicada directamente pelo Miguel Alvarenga. O Miguel Alvarenga que faça o que quiser da vida dele, desde que não cometa crimes… Porque eu sou realmente prejudicada é por aqueles que o deixam ser importante e mandar e ter voz. E foi para esses amorfos, que falam mas não fazem, que comentam, que bisbilhotam, que se escondem, que dão importância a quem a não tem, que escrevi o texto de ontem. Não quis fazer um ataque pessoal ao Miguel Alvarenga, quis foi por as coisas a nu. Quis gritar “o rei vai nu!” E gritei. Porque ele vai mesmo nu!

    Por isso é também para a população desta nossa aldeia que vai o texto de hoje, e não para o seu rei nu. E eu incluo-me nessa população. Porque também eu ainda não fiz nada, ou fiz muito pouco. E é certo que posso, e por isso devo, fazer muito mais! E se eu posso, devo e vou mudar, a aficíon portuguesa também pode e deve mudar.

    É altura de assumirmos que o rei vai nu, porque ele vai mesmo nu.
    Porque por mais que ele grite, berre, insulte, diga que somos burros, e que por isso é que não vemos o seu lindo fato, a verdade é que o fato não existe, e ele vai nu. Nós somos burros, isso sim, se continuarmos a acreditar e dar eco às mentiras do rei nu. Somos muito burros enquanto deixarmos que essa gente mande na Festa e condicione os seus agentes. Somos e seremos burros enquanto dermos importância a quem a não tem, e não a dermos a quem a tem. E somos e seremos mesmo os mais burros se, podendo fazer algo para preservar e melhorar esta arte e esta cultura, tão antiga e tão nossa, a deixarmos morrer. E é isso que vai acontecer se continuarmos com a postura que temos vindo a demonstrar, se continuarmos a dar ouvidos e a acreditar na propaganda do rei nu.

    Pessoas como o rei nu só conseguem mandar em gente ignorante, que não pensa pela própria cabeça e que, portanto, se deixa influenciar. Queremos continuar a ser essa gente? Eu não quero!

    Por isso mudemos e apoiemos quem faz e quem tenta fazer algo para melhorar a Festa.
    Não pactuemos mais com o diz-que-disse, exijamos provas! Construamos, em vez de destruir! Façamos!
    E não tenhamos medo de gritar, para que toda a gente oiça, que não queremos mais esta Festa comandada pelo rei nu e pelos súbditos do rei nu.
    Porque, agora, acabaram-se as dúvidas: O REI VAI MESMO NU!

    Carolina de Abreu Costa
    Aficionada
    Parede "



    Nota da direcção:

    O Naturales sempre pautou por dar palavra a todos os que connosco entrem em contacto, quer para sugerir sites, vídeos, etc, como para partilha de artigos de opinião. No entanto, em relação a este tema deixaremos de o fazer por acharmos que a nossa missão é andar pelo Bem da Festa e não contribuir para que aqueles que a enxovalham tenham por onde luzir. Contudo manifestamos o nosso apoio e felicitação a Carolina Costa pela coragem em falar o que outros teimam em não crer.