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    Reportagem da Corrida de Évora

    Corrida de São Pedro
    Arena d'Évora, 27 de Junho 2010

    Fotografia:
    Por: Vítor Besugo




    Crónica
    Por: Patrícia Sardinha

    Oh Évora, oh Évora…


    Diz o povo que o S. Pedro gere a ‘pasta’ da meteorologia e é capaz de ser verdade, pois pareceu-me que não ficou muito satisfeito com a alteração da data da Corrida de Toiros em sua honra na Praça de Toiros de Évora, de 29 para 27, por causa do…futebol. Em sinal de protesto, durante a tarde lançou sobre a cidade uma trovoada, talvez a preparar-se para dar chuva, mas depois lá se lembrou que a Arena d’Évora é praça coberta e desistiu.
    O cartel tinha todo o interesse. Seis cavaleiros de diferentes estilos e gerações, o Grupo de Forcados Amadores da terra a pegar em solitário e um curro de Murteira Grave a prometer emoção, numa data festiva para a ganadaria, que cumpria 60 anos da estreia precisamente naquela praça e que a empresa homenageou com o descerrar de uma placa comemorativa no pátio de cavaleiros antes do início da corrida.

    Os toiros de Murteira Grave tiveram boa apresentação, com diferentes capas e excepto o lidado em primeiro lugar, todos cumpriram com destaque para o terceiro, quarto e quinto toiro.

    Joaquim Bastinhas abriu praça frente ao primeiro toiro, com 540 kg, com muito sentido, distraído com as bancadas, aliás ainda não se compreende porque não se faz cumprir o regulamento, pois a constante entrada e saída de pessoas nas bancadas durante a actuação de Joaquim Bastinhas acentuou as características da rês e o cavaleiro de Elvas pouco mais fez do que se esforçar por cravar uns ferros em tábuas.

    Rui Salvador teve em sorte um toiro com 550 kg, algo reservado e que por causa disso, mas também pela insistência em ferros a quiebro, acabava por suscitar passagens em falsos e toques na montada. Ainda assim todo o mérito do cavaleiro na escolha dos terrenos e num grande segundo ferro curto.

    A Luís Rouxinol tocou um bom toiro com 590 kg. Depois de um forte toque na montada após o segundo ferro comprido e de uma passagem em falso, Rouxinol ganhou embalo e a sua actuação foi subindo de tom, com uma ferragem acertada e chegando facilmente às bancadas tendo terminado com o habitual par de bandarilhas.

    Vítor Ribeiro não quer se mais um e voltou a lançar os dados em Évora frente a um toiro com 520 kg que recebeu com boa brega e com o qual tentou manter ligação toda a lide. Cravou ferros de boa nota, apesar de ainda ter sofrido um toque na montada

    Marcos Tenório está cada vez mais parecido com o pai na exuberância dos gestos. Frente a um toiro com 540 kg, esteve irregular na ferragem comprida, mas nos curtos começou por dar vantagens à rês e cravou bem o primeiro, tenta bisar a sorte mas falha o ferro e num ímpeto, atira o tricórnio para as bancadas. Recompõe mas a ferragem resulta irregular, destacando-se pela positiva o quarto ferro curto.

    O praticante João Soller Garcia tinha a responsabilidade do cartel e tarimba não lhe falta. Frente a um burraco com 560 kg, andou irregular nos compridos e nos curtos apesar de andar com decisão e bem na preparação das sortes, o desacerto na cravagem dos ferros curtos tirou algum brilho à actuação.

    O Grupo de Forcados Amadores de Évora tinha o desafio de pegar em solitário e superou a prova. Manuel Rovisco Pais pegou à primeira sem problemas; Bernardo Patinhas só consumou à terceira depois de nas tentativas anteriores não ter suportado os derrotes do toiro; João Pedro Oliveira efectuou à primeira uma grande pega a aguentar-se com o toiro a levantar alta a cara; Vasco Fernandes também à primeira a aguentar bem; Gonçalo Mira e Manuel Rovisco demonstraram porque são das melhores, se não a melhor, dupla actual de cernelheiros, sem pressas, sem darem por consumada a pega de qualquer maneira, deixando o toiro encabestrar e a efectuarem uma grande pega de cernelha; António Alfacinha citou com decisão, fez-se ver e concretizou uma brilhante pega que encerrou a noite.

    Dirigiu sem problemas o sr. César Marinho assessorado pelo veterinário João Infante numa noite de Verão em que a praça preencheu cerca de ¾ de casa, mas que em termos de resultados artísticos…faltou qualquer coisa.