Sobre los peligros que acechan a la Tauromaquia Portuguesa : certeras palabras del presidente de la Tertúlia Tauromáquica Aeminium (Coimbra)

NATURALES
Publicado por -
LISBOA-PONTEVEDRA (NATURALES, Correio da Tauromaquia Ibérica) .- Del discurso pronunciado  hace pocos días por el presidente de la Tertúlia Tauromáquica Aeminium, de Coimbra, entresacamos unos párrafos de enorme interés donde se advierte de los serios peligros que la Tauromaquia en Portugal corre y más puede correr en el devenir de próximos años. Las palabras de José Maria Portela, con ocasión de la gala anual de la tertùlia que preside, no pueden ser màs clarificadoras y una seria adevertencia a quien quiera ver lo que en realidad hay alrededor del actual momento de la Tauromaquia Portuguesa, bastante más frágil de lo que unos cuantos piensan...

" Actualmente, somos cada vez mais confrontados com situações que só contribuem para escurecer as cores vivas da nossa Festa, sem que se verifique uma tomada de posição válida em prol da Tauromaquia em Portugal.
Desde o veto aos toiros por parte de Câmaras Municipais, à tentativa de boicote de corridas televisionadas, passando pelo consecutivo incumprimento do regulamento taurino, aos infelizes debates televisivos, onde prestigiados artistas não sabem justificar com palavras as linhas da sua arte, algo nos diz que caminhamos para uma grande encruzilhada.


Grande parte dos intervenientes da Festa despreza de forma continuada estes avisos, e insiste em permanecer fechado no seu “mundillo” julgando que jamais alguém poderá por fim a séculos de história.
Pois, enganam-se os que assim pensam.
Por um lado, caminhamos a passos largos para uma era política onde as questões sociais e ambientais são das matérias mais escutadas e debatidas pelas sociedades modernas europeias.
Por outro lado, e não esquecendo os inúmeros benefícios que a União Europeia trouxe para Portugal, contamos hoje com um país muito menos independente do que há 20 anos atrás, pois foram-lhe sucessivamente limitados, ou mesmo eliminados, muitos dos poderes de decisão que controlava.


O bens alimentares são cada vez mais importados e especulados, a energia consumida é basicamente estrangeira, o plano económico é controlado pela União Europeia, os aspectos cambiais são dominados pela Zona Euro, a Defesa nacional é assegurada pela NATO, o regime de circulação de pessoas é regulado pelo espaço Shengen, quem define a cooperação entre países de língua portuguesa é a CPLP, quem orienta o rumo das taxas de juro é o Banco Central Europeu, até as emissões de carbono já estão reguladas em mercado próprio.


E eis a questão: E quem regula o estatuto de um animal enquanto interveniente indispensável na produção alimentar, no desporto, na cinegética, no lazer ou mesmo na arte?
Nos próximos anos, a opinião pública alavancada no contexto europeu, vai amplificar, certamente, os duros ataques exprimidos pelo Observatório Europeu para os direitos dos animais.
E é, cada vez mais, no seio da Europa que se concentra o fulcro das mais diversas tomadas de decisão, sejam elas do foro económico, jurídico, fiscal, social e mesmo ambiental.  


Posto isto, é de fácil compreensão que o velho argumento das centenas de milhares de bilhetes vendidos nas nossas praças, pouco ou nada pese comparativamente com as centenas de milhões de europeus que, embora glorifiquem aficionados como Hemingway, Picasso ou Garcia Lorca, nunca irão compreender a razão do nosso espectáculo.
A título de exemplo, a Comunidade de Valência pôs, em Novembro passado, em discussão um diploma legal que visa proibir diversos géneros de largadas de toiros a aplicar já durante as próximas Fallas de Valência.
Também, recentemente, todos tivemos conhecimento da forma descarada como se preparou a armadilha jurídica para retirar, lenta e progressivamente, aos circos qualquer espécie animal de interesse maior.


Neste ultimo caso, a facção dos toiros assistiu impávida e serena, não fosse o fogo pegar-se-lhe às calças!
Por fim, e porque o que se segue é de festa, estamos convictos que o futuro passa pela consonância dos diversos agentes ligados aos animais, sejam eles produtivos, lúdicos, desportivos ou artísticos, cabendo a cada interveniente saber defender, coerentemente, os seus ideais, tal como nós nos encontramos, aqui hoje, a dignificar quem, em nosso entender, se destacou ao dar o seu melhor contributo e empenho a esta Causa que a todos nos une."