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    Forcados das Caldas da Rainha : a palavra ao Cabo


    PONTEVEDRA/LISBOA/MOURAO (PATRICIA SARDINHA / NATURALES).- Tal y como habíamos prometido, aquí está el diálogo previsto con el cabo de los Forcados Amadores das Caldas da Rainha.
    A PALAVRA AO CABO : NUNO VINHAIS
    1- O Grupo de Forcados Amadores das Caldas da Rainha como hoje o conhecemos, conta com quase 16 anos, no entanto vocês têm antecedentes de outros dois grupos, mas cujas formações foram sempre interrompidas. O que é que acha como cabo, necessário para se manter um grupo de Forcados?

    A primeira formação data de 1904, nessa altura certamente não havia as condições que existem hoje para formar um Grupo de forcados com toda a organização que necessita. Em 1976 outro grupo surgiu que, representando as Caldas da Rainha, conseguiu recuperar a tradição tauromáquica somando actuações em variadas praças de Portugal, até ao ano de 1984. Em 1993 surge o actual grupo. Acho que para se manter um grupo de forcados é preciso ter uma forte identidade e que essa identidade seja comum a todos os elementos do grupo. E com o passar dos anos, essa identidade não se altere. Assim sendo, ano após ano algumas pessoas vão saindo e entrando e o espírito de grupo e os valores do grupo mantêm-se, independentemente do cabo que esteja a liderar o grupo. Claro que cada pessoa tem a sua personalidade e algumas coisas mudam, mas os valores de fundo têm de ser os mesmos. Tem de existir um projecto com um caminho de verdade!

    2- Apesar de provas dadas, vocês não são um grupo com muitas corridas por temporada. Que é que diria aos empresários portugueses para os convencer a vos contratar para as suas corridas?

    Tem toda a razão, de facto não temos muitas corridas. Penso que por duas razões: Primeiro, não termos a história e influência que outros grupos têm e que naturalmente se traduz numa rede de contactos bastante superior ao nosso. Segundo, e custa-me dizer isto, há certos grupos que têm práticas menos honestas e conseguem por isso mais corridas. Nós nem temos o peso de grupos com uma grande antiguidade, nem queremos entrar por caminhos que não respeitam a figura do forcado amador. Mas penso que mais cedo ou mais tarde seremos valorizados por isso. Até lá continuaremos a dar o nosso melhor dentro e fora de praça na esperança que os empresários nos dêem oportunidades. Aproveito a oportunidade para agradecer publicamente ao empresário Paulo Pessoa de Carvalho que tem sido o grande apoio do grupo.

    3- Na sua opinião, o que leva um grupo de rapazes, em pleno século XXI, a enfrentar de caras um toiro bravo?

    Penso que existem vários motivos. Uns querem começar a pegar toiros por tradição familiar, querendo assim dar continuidade a essa tradição, outros porque vêm na televisão e têm a vontade de experimentar ser forcados, outros porque por influência de alguns amigos são puxados para dentro de um grupo. Entre outros, penso que estes são alguns motivos. Mas depois o que é obrigatório existir e essa será a grande razão de pegar toiros é a amizade que se cria dentro de um grupo de forcados. A vontade de dignificar o grupo e a jaqueta da nossa terra.

    4- Acha que o Forcado tem o destaque e o respeito que merece dentro do actual panorama taurino?

    Acho que várias vezes não temos o respeito que devíamos ter. Penso que alguns empresários nos vêm como secundários na festa brava, mas o público reconhece-nos e dá-nos valor. E isso para nós chega. Penso que não andamos de bicos de pé a querer nenhum destaque em especial. Somos amadores e andamos na festa para pegar toiros que é o que gostamos de fazer. Não precisamos de nenhum destaque, mas também queremos que nos respeitem.

    5- Sente que a Associação Nacional dos Grupos de Forcados, a que pertence o vosso grupo, e existindo já desde 2001, tem tido realmente um papel preponderante na defesa dos interesses do Forcado Amador?

    Sim! Claro que há ainda muito a fazer, mas penso que o balanço até agora é positivo. A ANGF tem claramente uma linha de orientação, penso que os valores que a ANGF quer por em prática no mundo da forcadagem são os correctos e quando alguns grupos que a compõem deixarem de pensar só em si e pensar no que é melhor para todos, penso que ANGF poderá fazer ainda mais e melhor.
    6- Se estivesse na sua mão decidir, que alterações efectuaría nas corridas de toiros em Portugal?

    A qualidade das praças tinha de ser melhorada. Não faz sentido pagar 15€ para ir a um estádio de futebol que tem todas as comodidades e depois pagar 20€ ou mais para estar num espectáculo que pode durar cerca de 3h mal sentados, com as pernas por cima do espectador da frente. Penso também que o tempo está um bocado desajustado. O tempo das cortesias e a volta “obrigatória” dos cavaleiros também devia ser repensado.

    7- Actualmente quantos elementos tem o vosso grupo? E como se prevê a temporada 2009?

    Este ano o G.F.A. das Caldas da Rainha conta com 26 elementos que já transitaram da época passada. As perspectivas para 2009 é de fazermos no mínimo as mesmas corridas que o ano passado, 15. Gostávamos de poder fazer mais algumas, mas está a ser muito difícil conseguir corridas.


    Texto e Fotos gentilmente cedidos por Nuno Vinhais e adaptado por Patrícia Sardinha.