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    EDITORIAL : NÃO PODEMOS ESPERAR MAIS

    Demorei para saber como iniciar este texto. A verdade é que não vou dizer nada que não se saiba já, e além disso, sei que as minhas palavras vão uma vez mais passar ao lado daqueles que mais as deveriam ter em consideração. Mas não posso esperar mais.
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    É do conhecimento geral a situação de Viana do Castelo, declarada primeira localidade anti-taurina do país; já quase todos sabem da movimentação que os anti-taurinos têm feito para proibir corridas noutras localidades nortenhas como Braga e recentemente Marinha Grande e talvez até Póvoa do Varzim. E nós os defensores da tauromaquia? Como nos temos movimentado? Por e-mails enviados aos respectivos presidentes da câmara? É um princípio, mas não chega. Aliás, temos a prova de que em Viana os e-mails não surtiram efeito.
    Na imprensa, limitamo-nos a tornar públicos esses e-mails, esses pequenos movimentos em defesa da festa, como se fosse uma notícia mais, aliás a muitos meios de comunicação o que lhes interessa é a quantidade de notícias que publicam, poucos lhes importa que a notícia possa ser a morte anunciada da tauromaquia nacional.

    Mas e os outros? Os que “mandam” na festa? Onde estão eles nestes momentos? Que diz o Sindicato dos Toureiros? A ANGF? Os toureiros? Os empresários? Reencaminham esses e-mails entre si, uns haverá que até escrevem ao dito presidente da câmara manifestando o seu desagrado, mas ficam-se por aí. Porque não lhes diz muito respeito.
    É problema lá no Norte, para muitos quase que nem é Portugal. A grande maioria das corridas é a Sul. Aí sim, o ganha-pão dos toureiros, forcados, empresários, etc. Por isso para quê mexerem-se pelas corridas no Norte de Portugal?

    Há também quem ache que a situação não tem o mínimo de gravidade. Não é fim do Tauromaquia em Portugal, dizem eles. Regem-se pela máxima “por morrer uma andorinha não acaba a Primavera”, mas eu, eu que na verdade sou igual a tantos outros aficionados, que pagam para assistir às corridas de toiros, muitas vezes fazendo pequenos sacrifícios pelos altos valores dos bilhetes, tudo em prol de uma arte que amo, eu, prefiro ter em mente que “grão a grão enche a galinha o papo”. Agora é no Norte, mas qualquer dia é a Sul. E no Norte também há aficionados, e também se tem que lutar por eles e pela sua afición, e no fundo acaba por ser defender o nosso próprio orgulho de aficionado português.

    Basta de conversa, é hora de agir. O Norte também é Portugal. E é por aí que devemos iniciar a nossa luta. Quando há uns tempos escrevi um outro texto, em que defendi a formação de uma associação ou plataforma em prol da Tauromaquia, recebi alguns e-mails de gente que dizia já ter dado entrada a um processo para formação dessa plataforma. Com tanto e-mail, fiquei até com a sensação de que se formava não uma, mas algumas duas ou três associações em defesa da tauromaquia. Mas até hoje, nada. Ou será que essas plataformas são as que originam os tais e-mails? É porque se são, deixem-me vos esclarecer que é inútil o vosso propósito.
    Precisamos de quem nos represente entre outras formas juridicamente se for caso disso, de alguém que em nome dos aficionados portugueses defenda e promova a tauromaquia, tendo iniciativas válidas nos seus objectivos.
    Esperava que os “mandões” da festa tivessem sentido próprio para andar para a frente com um projecto deste tipo. Mas pelos vistos, aqueles que têm algum poder neste meio, apenas querem saber de se auto-promoverem, de festas, de retirarem algum benefício monetário da festa, de enredos entre uns e outros, e do seu cantinho, porque do resto a eles não lhes diz respeito.

    Eu sou do Sul, mas quero lutar por um bem comum, a Festa Brava, e essa para mim não conhece fronteiras nem regiões. Sou tanto aficionada em Mourão, como Lisboa, Porto, Espanha e até na China se for caso disso.

    Se os que têm poder não têm capacidades para se unirem e nos representarem para defender a tauromaquia, então que se juntem a mim aqueles que como eu amam demais a festa dos toiros para a ver ser fustigada aos poucos do nosso país. Juntos descobriremos um caminho pela defesa da tauromaquia em Portugal. Não podemos esperar mais!
    PATRICIA SARDINHA