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    Opinião: "É menos uma cerveja. Levamos água de casa!”


    Pronto.

    Depois de tanto paleio, de tanta justificação mal-amanhada por entre comunicados e pedidos de abaixo-assinados, a coisa deu-se: foi aprovado o aumento do IVA da Tauromaquia dos 6% para os 23%.

    Se me choca? Não! Mais me choca ter sido chumbada a descida do IVA da electricidade – bem de consumo que toca a todos os portugueses – e pior, que o “nosso” governo tenha ameaçado cortar no SNS caso o valor da baixa do IVA da luz fosse votado positivamente. E quando pelo meio disto tudo, aprovam eliminar o pagamento de uma taxa de 200 euros para alteração no registo civil do nome e género no processo de mudança de sexo, então percebo que as prioridades no nosso país estão trocadas e que vivemos um estado de “chantagem” e “obediência”.

    Calma... Claro que o aumento do IVA na Tauromaquia me preocupa, e muito, principalmente pela repercussão que irá ter em impostos junto dos empresários e consequentemente no número de festejos a realizar a cada temporada. Mas este aumento do IVA na Tauromaquia, mais do que as complicações que daí advêm, é uma clara perseguição, descriminação e atentado cultural contra a liberdade, contra a pluralidade (que os nossos deputados tanto apregoam e defendem) e que é principalmente uma pontinha que eles acharam considerar para “matar” aos poucos a Tauromaquia.

    Se o vão conseguir? Duvido. O actual governo tem previsão de durar quatro anos mas a Tauromaquia subsiste há séculos. Pelo que na pior das hipóteses, com mais ou menos IVA, com mais ou menos espectáculos taurinos em 2020, havemos de cá andar por muitos mais anos, já o Costa…

    O Costa, perdão, o exmo sr. primeiro ministro António Costa, que noutros tempos frequentou praças de toiros e se regozijou com a festividade do espectáculo, é apenas mais um político na melhor (e quiçá pior) interpretação da palavra e que lidera um governo pequenino.

    Pequenino não em número de ministros nem em secretários de estado, que esses cada vez são mais a ganhar às nossas custas por forma a satisfazer interesses pessoais, familiares e de amigos. Mas um governo pequenino pois além de não ter vencido, mais uma vez, as eleições legislativas com maioria, mantém em comportar-se como tal, impondo autoritarismo e arrogância, valendo-se de uma “prostituição” barata junto de partidos menores com os quais não assumiram publicamente uma nova “geringonça”, mas quase. Assim, satisfazem-lhes os devaneios e em troca estes vão ajudando a manter o governo pequenino a armar-se em grande.

    Já veio a Protoiro, que está sempre com um olho no burro e outro no cigano (será que se pode usar esta expressão sem ser acusada de xenofobia?!), avisar que vai à luta e que "este é o início de uma batalha" que pretende eliminar “esta ilegalidade que envergonha a democracia”. Assim esperamos e aguardamos, inclusive acredito falar por todos os aficionados que, aqui estaremos para nos perfilarmos nessa batalha, até porque a guerra ainda não terminou.

    Pelo meio temos ainda o caso venda do Campo Pequeno que já quase parece uma novela mexicana, tais os enredos, as complicações e os infindáveis episódios que a cada dia só nos baralham mais numa situação em que pouco ou nada se sabe realmente.

    Sempre será o contrato assinado esta semana pelo novo dono, Álvaro Covões? Haverá também neste processo dedo (ou mão) do sr. Costa e do sr. Medina para proibirem as corridas de toiros em Lisboa? Conseguirá Rui Bento manter-se ao leme dos comandos da primeira praça do país? Só dúvidas, muitas suposições e pouca confirmação.

    Tendo em conta as declarações de Covões, o negócio dele é a música. Amén! Também que seria de nós vir agora um leigo começar a organizar espectáculos tauromáquicos e misturar alhos com bugalhos. E essa resposta não invalida que não se vão dar corridas em Lisboa, pois o contrato a isso obriga. Simplesmente, esse não é o negócio do homem pelo que há-de passar a pasta a quem de direito (nem que seja por aluguer de datas).

    Mas esta venda do Campo Pequeno fez brilhar os olhos de muita gente, já que com isso, a gestão de Rui Bento como director de Actividades Tauromáquicas em Lisboa fica comprometida. É até já conversa de mentidero alguns dos nomes que se perfilam para se “oferecer” ao cargo, entre empresários menores que querem ser maiores, pais de filhos que querem tourear mais e em praças grandes, e desocupados dispostos ao que for preciso para ter ou manter aqui um tacho.

    Que impere o bom senso na altura de Álvaro Covões tomar a decisão (a confirmar-se a venda) é o que mais desejamos e não é preciso pensar muito para se perceber o que é melhor para o Campo Pequeno neste momento de transição: a estabilidade.

    Perante tudo isto, a inércia dos agentes da Festa e dos aficionados quase acaba por ser neste momento normal. Que podemos nós fazer? Uma revolução?

    Como em quase tudo na vida, isto é meramente política!! Eles mandam, eles decidem…

    Não baixaremos os braços, óbvio que não e temos que continuar a manifestar-nos, a emitir a nossa opinião e o direito à nossa escolha e à igualdade. Mas também teremos que aguardar serenamente não só a “batalha” que promete em comunicado a Protoiro, como conhecer de uma vez o caminho que realmente vai ser tomado no Campo Pequeno e mais do que isso, teremos que estar preparados quando cada um de nós, aficionado, for chamado a agir.  

    Li algures nas redes sociais a seguinte frase em comentário a uma publicação do NATURALES e que, com a devida vénia à sua autora (sra. Mª José Silva), transcrevo: “Quem gosta, gosta. Não precisamos de esmolas. É menos uma cerveja. Levamos água de casa!”.

    Este é o espírito!

    Não nos tomarão por vencidos, com mais ou menos IVA, com mais ou menos corridas no Campo Pequeno, a Tauromaquia está viva e irá manter-se. Pois enquanto houver um aficionado…haverá sempre Festa dos Toiros. Perdemos uma batalha, venha a guerra!