Header Ads

Feito com Visme

  • Últimas

    Inaugurada a época taurina: “Em Mourão choveu toureio e a boa vontade”


    Com o que choveu de madrugada, com o que choveu entre as 12h e as 15h, com o vento forte e o frio que se fazia sentir, poucos teriam fé que o primeiro Festival Taurino da Temporada 2019 em Portugal fosse por diante. 

    Mas foi… 

    Teria sido mais fácil e mais seguro o adiamento do espectáculo, por exemplo, para a manhã do próximo domingo. Mas isso não agradaria às edilidades camarárias que ‘exigem’ cumprir o programa das festas em honra da Senhora das Candeias (dia 1 - dia de toiros…), em detrimento da garantia de um espectáculo com mais público, com mais qualidade para quem paga bilhete e está nas bancadas, com mais visitantes na vila… 

    Pelo que se escolheu a via do ‘risco’, apesar de todas as condicionantes… 


    Chegando-se às imediações da Praça de Toiros “Libânio Esquível” minutos antes da hora prevista para o festejo ter início, percebia-se rapidamente que Mourão, com chuva ou sem chuva, uma vila alentejana “atrás do sol posto” como alguns costumam dizer, tem actualmente um peso enorme no calendário taurino e mobiliza aficionados dos mais variados ponto do país a 1 de Fevereiro. 

    Pelo que o risco que o Dr. Joaquim Grave correu…teve-o em consideração a Senhora das Candeias, já que entre as 15h e as 17h30m, não choveu (a não ser um pouco no primeiro novilho) e até fez sol. 

    Boa vontade do organizador/ganadero, boa vontade dos artistas, boa vontade dos novilhos que saíram à praça, boa vontade dos aficionados presentes… E Festival por diante… 

    Pode-se dizer que a praça praticamente encheu, com muitos "escondidos" nas galerias, de pé, precavidos da chuva... e muito composta a castiça praça alentejana! 

    Lidaram-se novilhos da ganadaria Murteira Grave, díspares de apresentação mas cumpridores tendo em conta a praça e a altura do ano. Todos de bom comportamento, marcados com o algarismo 7, à excepção do segundo e último do festejo que levavam o 6. E ambos foram bons, mas aquele segundo, lidado a pé, foi extraordinário. Mais composto de carnes e presença, teve nobreza e investiu, e ainda deve investir por esta hora… 


    Iniciou-se o espectáculo com a vertente a pé, e o diestro Pepe Luís Vásquez, o único que não se safou de levar com alguns pingos, veio marcar o livro de presença e abreviou a coisa sem muito se deixar ver. Já Octávio Chacón, toureiro das principais feiras em Espanha, provou em Mourão isso mesmo: a segurança, a disposição e o bom toureio frente a um novilho que humilhava, que teve durabilidade e permitiu uma faena com bom conteúdo. Nuno Casquinha, fiel a si próprio, evidenciou-se nas bandarilhas e assim rápido chegou ao público. Com a muleta foi mais claro pela direita. Román teve actuação de menos a mais, com o novilho a enganchar algumas vezes, mas deixou pormenores. O jovem novilheiro Manolo Vásquez demonstrou classe com o capote e com a muleta encontrou matéria a mais com que se entreter, deixando boas perspectivas de um futuro ainda longo. 

    A cavalo, a valente Ana Rita veio decidida a Mourão, onde muitos outros artistas se negam, ou porque é cedo ou porque o piso é incómodo ou porque a praça é pequena…ou porque sabem o peso que tem o 1 de Fevereiro e a exigência dos que na “Libânio Esquível” se sentam. E assim, sem medos, esteve Ana Rita. Que pese embora uma actuação de altos e baixos, e mesmo tendo caído, soube erguer-se e alegrar os presentes com o seu toureio populista. Bom o segundo curto. 


    Mauro Carrilho, dos Amadores de Monsaraz, consumou com decisão a primeira pega da época taurina. Fechando-se à barbela e com o grupo coeso. 

    Dirigiu o festejo o sr. Agostinho Borges, assessorado pelo veterinário Dr. Matias Guilherme, tendo o espectáculo iniciado com um minuto de silêncio. 

    E assim, em Mourão, o que apenas choveu durante o Festival foi toureio!! 

    E a boa vontade do Dr. Joaquim Grave que mais um ano, tornou o Festival de Mourão, num evento selecto, de bom gosto, muito concorrido e que nem...o mau tempo, impediu! 







    Texto e Fotografias: Patrícia Sardinha