Temporada 2018: Análise Cavaleiros
2018 foi sem dúvida um ano em que
o verdadeiro triunfador foi o Toureio do
Cavalo à Portuguesa. Dizemo-lo porque sempre que o mesmo foi posto em
prática com a sua Verdade, deixou marcas e resultou sempre superior.
Recorde-se aquele “mano-a-mano”
de António Telles com o rejoneador
Diego Ventura em Vila Franca que a muitos emocionou. Depois dessa corrida, não
ficaram dúvidas a ninguém de que o nosso toureio é o mais puro e verdadeiro, e
António o seu maior pregador.
Veja-se Francisco Palha, o “caso” de 2018, ele que sempre oscilou entre as
duas vertentes, pecando por uma irregularidade em temporadas anteriores, acabou
este ano por pender para o Toureio à Portuguesa, com sortes frontais e alguns
ferros de impor respeito, ao qual se juntou uma forte propaganda nos meios de
comunicação e redes sociais e aí está ele, tido como um dos triunfadores da temporada.
Pena não ter rubricado o triunfo em Lisboa nas duas vezes que por lá passou
este ano.
Já Luís Rouxinol Jr. não precisou de ir a Lisboa para cantar mais
alto. Naquela que foi a sua primeira temporada completa como cavaleiro de
alternativa, manteve uma consistência e uma regularidade pouco vista para quem
tão pouco tem de experiência e de profissionalismo. Cada vez mais, Rouxinol Jr.
é tido como uma aposta segura em qualquer cartel.
Outros jovens cavaleiros deram
nas vistas com importantes triunfos em 2018 pelo conceito de toureio frontal que
praticam. Manuel Telles Bastos mantém-se na linha do tio com todo o seu classicismo, onde por vezes sobram as intenções. Duarte Pinto, que tem vindo
discretamente a demonstrar que não é só mais um, foi este ano a Lisboa reafirmá-lo,
resultando inclusive no triunfador da temporada no Campo Pequeno com uma
actuação daquelas de encher o olho. Já Salgueiro
da Costa, que entre altos e baixos tem construído a sua carreira, em 2018
voltou a dar nuances de um toureiro de génio e verdade como o foi seu pai, pelo
que mais oportunidades lhe são devidas. Também João Telles Jr., quando aposta por um toureio recto e com verdade, deixou
marcas e garantia de que segue na linha da frente.
Noutros registos, e porque é primeiríssima
figura, o rejoneador Diego Ventura voltou
a demarcar-se em 2018 pelas muitas praças em que actuou por cá...faltando-lhe apenas
presença em Lisboa. Ventura ganhou sempre nas ‘batalhas’ em que este ano se
apresentou em Portugal, menos quando chegou a Vila Franca.
O veterano Luís Rouxinol manteve a tónica do mais regular face à quantidade
que pratica e aguenta. Enquanto João
Moura, na temporada dos 40 anos de alternativa, mostrou que ainda vai
podendo com todos os outros. Em 2018 houve ainda tempo para alguns regressos às
arenas. Vítor Ribeiro regressou como
se nunca tivesse estado afastado; Paulo
Caetano fê-lo por uma noite e que bem, fazendo desejar que por mais vezes
aparecesse; e Joaquim Bastinhas reapareceu
por duas vezes e mostrou que se mantém ‘rei’ no seu posto e nos faz falta…
No que à categoria de praticante
diz respeito, foi António Prates o
que em 2018 mais se distinguiu, com actuações ao nível de um qualquer
profissional e levando a crer que 2019 pode ser ano de outra consolidação, a da
alternativa. Enquanto nos amadores, é mais um Telles que promete vir a ser
grande, o António Telles (filho).