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    ANÁLISE 2017 - Empresas


    Não existem fórmulas perfeitas para se organizar um espectáculo, seja ele de que índole for.

    Na Tauromaquia essa dificuldade acresce do conciliar datas, intervenientes e do dinheiro que acarreta a montagem do festejo taurino. 

    Em termos empresariais, a Temporada Taurina 2017, foi na generalidade igual a tantas outras. Muitos espectáculos, se calhar até demasiados, alguns repetitivos, com receitas gastas, de cartéis baratos e de trocas de “cromos”. Contudo, viu-se um arrojo aqui e acolá que fez a diferença. E quando se faz a diferença, a Festa vive…

    A ambiguidade entre o empresário/apoderado manteve-se madrasta quando tocou a escolher toureiros, pelo que a troca de galhardias foi reveladora nalguns dos cartazes que se afixaram.

    Verificou-se também uma continuidade do registo das últimas temporadas, com o número de festejos mistos a aumentar. Ainda assim, o interesse no toureio a pé tem assentado mais no mediatismo, do que na arte propriamente dita.

    Mas se empresas há a destacar em 2017, essas são a Verdadeira Festa, de Vasco Durão, e a De Caras, Tauromaquia, de Carlos Travassos e Alfredo Tomás. Gente discreta, consciente, que soube gerir e arranjar atractivos suficientes para garantir bons espectáculos. Durão, agora em solitário, continuou na saga que é revitalizar a afición em Reguengos, e grão a grão…tem conseguido. Foi astuto em Alcácer e manteve a receita dos últimos anos, garantia de praça cheia, em Amieira. Travassos e Tomás há muito que desejavam a praça da sua terra. Em 2017 conseguiram-na e deram o estalo de luva branca. Três corridas, três casas cheias, três triunfos em Coruche!

    Na Praça de Toiros do Campo Pequeno, a temporada histórica tinha muitas estórias para contar. Alguns cartéis foram aquilo a que a empresa se pressupõe: acontecimentos, para o bem e para o mal. Umas vezes faltaram toiros, outras toureiros, noutras…público. Faltou afoiteza em se avançar com dois dos espectáculos previstos no abono. Terá agido a empresa por precaução, mas… Ainda assim, foi uma temporada com algum interesse, e quem não se recorda de Manzanares? Da emotiva corrida dos 125 anos? Ou da interessante Corrida de Gala? 

    A revelação empresarial de 2016, Rafael Vilhais, veio cheio de ideias para 2017 mas desta vez, a sorte sem sempre tocou ao empresário. Principalmente na Moita, onde estranhamente, não convenceu. Os toureiros da praxe estavam lá todos...o resultado artístico e o público, é que não.

    António Manuel Cardoso “Néné” mantém um registo próprio. Sem mexer muito nos ingredientes de outros anos, o que lhe garante, pelo menos, as meias casas… E assim se vai mantendo como um dos mais firmes e bem sucedidos empresários lusos. Contudo, tem tido mais sorte em Alcochete, onde as Festas do Barrete Verde mexem com mais público, do que em Évora.

    O maestro Fernando do Santos detém aquela que continua a ser a empresa que mais espectáculos promove em Portugal. Em Albufeira, onde são concedidas muitas oportunidades aos jovens artistas, são os turistas e os veraneantes, os que procuram e mantêm estes espectáculos a sul do país, assim como na Nazaré, cujo ambiente dá vida a uma praça com carisma próprio.

    A empresa Aplaudir teve intenção de procurar apresentar o que seria uma “grande” feira taurina em Junho na Monumental Celestino Graça, em Santarém, e logo com duas corridas mistas. Se numa delas, a casa meteu gente mas escasseou de toiros, na segunda…nem uma coisa, nem outra. Em modo “partilhado”, a empresa de Bolota gere também a praça do Montijo, que ano após ano, se vai garantindo, na maioria das vezes apenas com a prata da casa.

    Uma temporada agridoce viveu-a o empresário Paulo Pessoa de Carvalho. Em Vila Franca, pelo Colete Encarnado, repescou a fórmula “da galinha da vizinha”, e também aqui se apresentou Padilla em 2017 em Portugal. E da regularidade de espectáculo, não passou. Mas foi pela Feira de Outubro que a coisa arrefeceu. Não interessa aos aficionados quem viu os toiros no campo, o promotor do espectáculo é só um...e quanto a isso, Vila Franca não perdoa.

    Não poderemos deixar passar em branco, os organizadores da Feira Taurina em Abiul, onde se complementa seriedade com interesse, sendo esta uma das feiras mais importantes actualmente em Portugal.

    Assim como, a importância e bom gosto que, de ano para ano, vêm ganhando alguns Festivais Taurinos no calendário luso: os de Mourão, o de Serpa, o de Sobral de Monte Agraço, o da Rádio Campanário em Vila Viçosa e o de Vila Boim. Concebem afición e promovem Futuro!

    Que 2018 possa trazer mais qualidade e menos quantidade. Para o bem de todos e principalmente, que não se descure o toiro, pois havendo este, tudo o resto será posto “en su sitio”.