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    Málaga - Enrique Ponce reinventa o toureio



    Como um jovem à procura de um lugar, como um apaixonado à descoberta de um novo sentido lírico para a sua vida... Uma lição de arte, sentimento e glória chamou-se Enrique Ponce, a 17 de agosto de 2017 na Picassiana de Málaga.

    O quinto, de nome Jaraíz, foi um toiro franco, repetidor e com classe, nobre e fácil. Faltou-lhe raça e mais alegria nas viagens, valendo-lhe bom ritmo para aguentar uma faena extensa e com passes verdadeiramente profundos. Ficou aquém nas varas e o indulto como prémio final é exagerado e algo descabido.
    Enrique Ponce escreveu uma obra sinfónica, rara e única, impossível de repetir. 
    Suavidade, classe, gosto, torería, técnica e inteligência, profundidade... Toureou de salão, com o coração e totalmente abandonado, disse por derechazos que a tauromaquia estava viva, e pela esquerda reinventou-a e consagrou-a como a mais importante arte jamais pensada. Obra grande, para ser vista e revista, sentida e degustada como o melhor dos vinhos. 

    Toda a tarde de Ponce foi em figura, melhor dizendo, em toureiro. Orelha com petição de segunda no seu primeiro; Orelha no segundo e duas orelhas simbólicas no seu terceiro.

    Javier Conde e as suas exquisitas maneras também calaram em Málaga, pela profundidade e expressão do seu toureio.
    Pintou quadros em muletazos soltos e protagonizou momentos únicos com o capote, toureando como os eleitos. Pouco toureado, mas com muito para dar... Volta ao ruedo no seu primeiro, silêncio e ovação.

    Lidaram-se toiros de Juan Pedro Domecq (nobres, com fundo e classe, com falta de motor e casta, sem que durassem muito, à excpeção de Jaraíz, que aguentou mais de 80 passes) e de Daniel Ruíz (dois toiros fáceis e manejáveis, blanditos e com facilidade para lhe exprimir lide).

    A praça esteve preenchida em cerca de 3/4.