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    A corrida dos 125 anos do Campo Pequeno: "A menina dos anos"


    A Praça de Toiros do Campo Pequeno fez anos. 

    Cento e vinte cinco anos, melhor dizendo! Pelo que não sendo qualquer coisa, entendeu que a festa de aniversário tinha que ser comemorada com mais pompa e circunstância do que em anos anteriores.

    A mãe e o padrinho arranjaram-lhe uma festa à maneira. Houve banda, música e tourada, como ela (a praça) bem gosta! Fez lista de convidados, da qual lhe falhou o Presidente, aquele que se diz de todos nós, mas cuja ausência, verdade seja dita, não fez mossa nenhuma!

    A menina dos anos colocou batom e vestiu de vermelho! Pôs faixa e tudo, qual miss dos anos 80. E fez convidados de honra o tio Moura, o primo António e o amigo Luís. Nas pegas, juntou os seus conterrâneos aos primos do Alentejo, vindos de Montemor. À disposição destes, esteve um curro de toiros de várias casas, uns de entendida presença, outros quase que por obrigação... Mas com eles fez a festa e com a casa esgotada soprou as velas e ainda mostrou a Festa de Aniversário ao Mundo pela televisão, tal e qual uma estrela de reality show (a Kim Kardashian que se ponha a pau).

    Quando chegou a hora do baile, e já o bolo dos anos ia a meio, cada um dos convidados principais fez o que pôde e sabia consoante o parceiro de bailarico. 

    O tio Moura enfrentou-se na Festa com o Vinhas e o Grave mas nem sempre os entendeu, e entre pisadelas e passos desencontrados, deixou a sua marca e o cunho de quem na história foi em tempos o maior dos dançarinos! Se no primeiro ainda se orientou, e mais ou menos cumpriu com a dança, no seu segundo acusou mais o peso da fama que precede os de Galeana, e a coisa piou mais fininho. "Umas vezes toca a uns, outras vezes a outros", diz ele. Esse é o espírito, tio Moura! Tomára muitos...

    Já o primo António entreteve-se bem com os parceiros de dança que lhe tocaram. E coincidência das coincidências, fez sempre parelha com os de "casa". O nobre de David Ribeiro Telles foi bom bailarino mas o de Palha foi bravo e exigente, e o primo soube mostrar quem manda quando toca a dançar! Juntou-se o útil ao agradável...e todos os outros presentes nesta Festa se deixaram hipnotizar pela dança desta dupla. 

    O amigo Luís bailou literalmente com a mais feia. O cachucho de Oliveira Irmãos já não tinha idade para entrar em bailes destes! E a falta de sorte de um, foi a sorte de outros! É que o pior parceiro deste baile só poderia mesmo sair ao exímio bailarino Luís! Tocasse a "mais feia" a outro qualquer, e teria sido a morte do artista. Enorme, o amigo Luís sacou dos galões e fez a dança possível mas valorosa. Já no baile que armou com o Passanha, a música foi outra. Dançou, cantou e pôs as bancadas a bater palmas!! 

    Quando o baile se fez em grupo, tanto os conterrâneos como os primos alentejanos, justificaram serem fardações de referência, e acima de tudo, exibiram novos valores e certezas de uma continuidade com futuro.

    Já despenteada depois de tanto bailar, a menina dos anos vivia risonha os últimos instantes do seu dia de anos!! Tinha sido uma festa de sucesso...e todos tinham visto!!!

    E quando, um a um, foram abandonando a festa e a Porta Grande se fechou, restou à menina dos anos recordar estes 125 anos de história! Viveu Glória, viveu Tragédia, viu nascer e viu morrer! Viu saídas em ombros, ouviu assobios e amparou lágrimas... Um bocadinho como a vida de todos nós!

    A Praça de Toiros do Campo Pequeno fez anos...125 anos, melhor dizendo!!



    Por: Patrícia Sardinha