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    Crónica 2º Festival Taurino em Mourão: "Da chuva e do vento não reza a história..."


    Da chuva e do vento não reza a história... Mas ambos foram presença constante, e condicionantes, naquele que foi o segundo Festival Taurino da Temporada, realizado na tarde deste sábado em Mourão.

    Contudo, não foram impedimento suficiente para que a Praça de Toiros Libânio Esquível enchesse ¾ fortes da sua lotação e pudesse presenciar alguns momentos de bom toureio.

    Os da ‘casa’, que é como quem diz os novilhos que saíram à praça, pertencentes à ganadaria Murteira Grave, tiveram desigual apresentação mas generalizado comportamento que, diga-se de passagem, foi ingrediente principal para um festejo com interesse. Mesmo o manso quinto, teve classe suficiente para se deixar ‘dominar’ pelo toureiro e protagonizar faena em crescendo.

    Comecemos pelo princípio, e por Paco Ureña, a dever presença em Mourão desde o ano passado. Pela frente uma rês cheia de vontade de investir mas limitado à pouca força e ao piso, o que o levou por algumas vezes a perder as mãos. O matador espanhol deixou a espaços, pormenores de um bom conceito, essencialmente com a mão esquerda. Resultou fria a presença, talvez por ser a primeira, talvez porque o vento incomodava...

    António João Ferreira mostrou disposição logo de capote e frente a um novilho de boas condições, de investida pronta e ritmada. Na muleta, o toureiro português revelou o ânimo que lhe deixou o final da Temporada 2016, sendo autor de uma faena de entrega, e onde o seu toureio templado, e por ambas as mãos, permitiram dos mais importantes momentos vividos neste festejo.

    Seguiu-se Juan del Álamo cujas boas maneiras também não foram indiferentes aos presentes. De oponente, um novilho que impunha mando, escasseando por vezes a transmitir mas que colaborou o suficiente para que o toureiro salmantino evidenciasse estética aliada a disposição. Cruzando-se com o novilho, Álamo foi construindo uma actuação em que nos ficam essencialmente pormenores com a mão direita.

    Pelo meio, tempo para a parte equestre. Filipe Gonçalves teve actuação irregular, frente a um novilho bem apresentado, o único do lote marcado com o algarismo 4, e que foi colaborante, melhor a perseguir após a ferragem do que a partir ao cite. O ginete andou com mais eficiência na brega do que na ferragem, tentando incidir nos quiebros mas com pouco sucesso. Deixou nos dois últimos curtos, e no ferro violino com que rematou lide, as sortes mais impactantes, onde não faltou o ‘Xique’ e as suas “palmas”.

    Pelos Amadores de Monsaraz, efectivou à primeira o forcado Carlos Polme, cujo embate da reunião, levou a uma pega rija consumada com a eficiente ajuda do Grupo.

    Ao novilheiro Pablo Aguado tocou um novilho, mais escorridote que os irmãos, que procurava refúgio nas “tábuas”, desinteressando-se facilmente da muleta. Tentou contraria-lo o espanhol, mas vendo-se impossibilitado dessa missão, acabou por lhe aplicar faena no terreno da querença. A mesma subiu de tom, e de Aguado vimos toda a classe do seu toureio por ambos os pítons, e do difícil fez parecer fácil, tal a segurança que aplicou na flanela.

    João Silva “Juanito” regressou um ano mais à Praça de Mourão, e novamente deixou bom sabor de boca, com um toureio de arrimo, ligado e variado. Faltou quiçá um pouquinho mais de temple, frente a um novilho que se empregava em cada tanda.

    Mourão deu assim uma vez mais o mote, dois festivais taurinos com motivos de interesse e casas compostas de gente. Que assim prossiga agora a restante Temporada.