BullFest: "Artisticamente à parte...um sucesso" - com imagens
Em lado nenhum, ser tradição implica ser imutável!
Inovar, nos tempos que correm, é palavra de ordem desde que, obviamente, com peso e medida, pois do inovar ao inventar...vai uma longa distância.
A Prótoiro decidiu inovar, decidiu levar a Festa dos Toiros a todos, os que gostam, os que não gostam e aos que desconhecem e arriscou na criação de um dia inteiramente dedicado a várias expressões de cultura: música, pintura, vídeo, tauromaquia. Fomentou afición e foi um sucesso!
Das 10h às 21h, a Praça de Toiros do Campo Pequeno, foi palco e ponto de encontro para todos os que quiseram fazer parte da I edição do BullFest!!
Um dia em que a nota positiva, vai sem dúvida para a adesão e para a presença de tantas crianças e gente jovem nesta iniciativa.
Mas porque era a Festa dos Toiros a principal implicada neste evento, foi com um Festival Taurino que se encerrou este dia.
E em termos artísticos, do Festival guardam-se poucas memórias, tendo sido realmente importante o se ter tido uma casa composta, muitas crianças e juventude, muita disposição por parte de todos e ver que a Festa dos Toiros chega a todas a idades, nacionalidades e classes sociais.
Das duplas equestres, Rui Salvador x Manuel Manzanares, Luís Rouxinol x Filipe Gonçalves, António Brito Paes x Francisco Palha, foi a segunda a que mais se apresentou em sintonia, sendo contudo do cavaleiro de Pegões a melhor assertividade na ferragem e de Gonçalves a conexão com as bancadas. A primeira dupla passou discreta e a terceira oscilou nos momentos apresentados.
Nas pegas, e de entre uma selecção de cabos e forcados, foram chamados a pegar o cabo dos Amadores de Monsaraz, Ricardo Cardoso, que por seis vezes não efectivou, tendo-se lesionado no braço esquerdo e sido dobrado pelo cabo dos Amadores de Santarém, João Grave. Pelos Amadores do Redondo, o seu cabo Hugo Figueira concretizou à primeira, com o novilho a ensarilhar ligeiramente antes da reunião, e onde houve boa ajuda de Pedro Coelho dos Reis. Finalizou funções Márcio Chapa, cabo dos Amadores da Tertúlia do Montijo, à terceira tentativa.
Na parte a pé, David Fandilla "El Fandi" deu nas vistas essencialmente pela espetacularidade no tércio de bandarilhas; António João Ferreira voltou a demonstrar boas maneiras, principalmente pela elegância de capote mas sem contudo romper na muleta; e Manuel Dias Gomes esteve muito valoroso e disposto, com um toureio lento e a indiciar boas perspectivas para 2017.
No final do espectáculo, perguntei a um primo meu de cinco anos do que mais tinha gostado, respondeu-me "do fim". E porque as crianças não mentem, talvez tenha dito isso porque foi com os Recortadores da "Artelusa" que mais emoção se sentiu em Praça nessa tarde. Momentos únicos, de verdadeiro valor e risco, numa arte que está a conquistar os portugueses e promete cativar atenções cada vez mais.
Lidaram se novilhos de várias ganadarias e por esta ordem, Eng. Luís Rocha, Pinto Barreiros, Romão Tenório, Murteira Grave, Manuel Veiga, Torre de Onofre e Prudêncio da Silva. Primou em apresentação o de Torre de Onofre, e em comportamento foram todos animais distintos mas lidáveis e sem grandes complicações.
Posto isto, resta apenas esperar que 2018 nos traga a segunda edição do BullFest! Pois valeu a pena...
Patrícia Sardinha
Fandi, António João Ferreira e Dias Gomes uma terna disposta |
Os seis ginetes que actuaram no Festival BullFest |
Talavante e a sua mulher atentos numa barreira do Sector 1 no Campo Pequeno |
O rejoneador Manuel Manzanares |