Header Ads

Feito com Visme

  • Últimas

    Moita: Crónica de um triunfo anunciado, mas...


    Moita, praça Daniel do Nascimento, dia 13 de Setembro, feriado municipal, primeira corrida da Feira com  ¾ da lotação da praça preenchida.

    Dirigiu o espectáculo o senhor Pedro Reinhardt assessorado pelo veterinário Dr. Hugo Rosa.
    Devido a acidentes rodoviários que condicionaram muito o acesso à vila da Moita, impossibilitando que espectadores e artistas chegassem a horas à corrida, decidiu a Direcção do espectáculo começá-lo com um atraso de quinze minutos.

    Na primeira da Feira da Moita faltaram “ganas” aos toiros.  Já todos, os que por aqui andam sabem que os toiros de encastre Murube são assim: galope curto, não se empregam, transmitem pouco e deixam fazer tudo e de tudo. Aos de Maria Guiomar Cortes Moura não se lhes podia exigir que fossem de outro modo. Se eles são seleccionados para serem assim, se o não fosse é que era para admirar.

    Quanto aos toureiros há os que caem em graça e os outros.
    Nesta corrida de toiros houve de tudo e para todos os gostos.

    Luís Rouxinol é um gosto ver, se bem que se note que se sente melhor quando “há mais toiro”. Com estes também ladeou bem juntinho da cara do toiro, fez sortes a aguentar com quiebros junto às tábuas, isto é: jogou conforme o jogo. Embora jogando o jogo dos Murubes, as sortes foram sempre com critério e o mais possível ao estribo. Terminando a lide do seu segundo com o par de bandarilhas, depois de um palmito.

    Diego Ventura, o furacão, vinha para triunfar, tinha as condições exigidas: triunfou, mas... Percebe-se porque quer estas ganadarias; assim pode montar o seu número, com cavalos muito bem adestrados mas com toques a mais nas montadas e alguns sustos. As sortes são pouco variadas, mas os quiebros, as sortes com bandarilhas curtas aos pares ou em violino, chegam forte às bancadas e o respeitável público, que é quem paga, gosta e até lhes dá duas voltas numa lide onde falhou um ferro e sofreu vários toques, alguns fortes. Os melhores ferros foram os dois compridos com que abriu ambas as actuações, esperando no centro da arena que o seu oponente saísse dos curros, cravando com verdade e sem enganos.

    Moura Caetano tentou também jogar o mesmo jogo, mas esteve alguns furos a baixo. Não esteve bem em ambas as lides e em especial na sua segunda com dois compridos e alguns curtos aliviadíssimos com ferros cravados com o toiro paralelo ao cavalo, contudo houve alguns ferros bons, indo lento á cara do toiro e cravando a preceito, mas foram poucos. Talvez que o último ferro do seu segundo toiro tenha sido o melhor das duas lides.

    Para as pegas estavam, em solitário, os Forcados Amadores do Aposento da Moita, cujo cabo José Maria Bettencourt, escalou para abrir praça Miguel Fernandes que mal citou o toiro arrancou com o seu passo murubenho, meteu bem a cara e entrou pelo grupo sem fazer mal.
    Para pegar o segundo da tarde saltou Salvador Pinto Coelho que se fechou bem mas o toiro ao sentir o peso do grupo caiu e teve que ser assim, com o toiro por terra, que terminou a sorte porque o hastado não se conseguia levantar com tanta gente em cima.
    O terceiro coube a João Ventura que citou bem e recuou como mandam as regras, fechando-se e aguentando os primeiros derrotes, mas o toiro só empregou verdadeiramente quando sentiu o grupo a fechar-se.
    Ruben Serafim foi o único que não pegou à primeira porque o toiro só se lutava quando se sentia “agarrado”, à primeira deu luta e ganhou, à segunda deu mais luta ainda mas o grupo fechou para o Ruben ficar.
    O cabo pegou o quinto com a que podia ser a pega da tarde, não fosse Bernardo Cardoso, no último da tarde, ter andado lá por perto. Não sei qual foi melhor, foram ambas enormes!
    A todos os intervenientes foram concedidas volta à arena, tendo Diego Ventura e José Maria Bettencourt dado duas, a segunda por exigência do público.

    Rui Loução