Escola de Tauromaquia da Moita e Luís Silva em destaque na Novilhada da Feira da Moita
Num espectáculo entretido, servido por novilhos gentilmente
cedidos pela ganadaria Ascensão Vaz, bons e colaborantes e dirigido pelo senhor
João Cantinho, não se viram génios mas viu-se gente que quer aparecer e brilhar
na festa.
Esta novilhada, a favor da escola de Toureio da Moita não
teve os favores do público pelo que foi muito escassa a assistência.
Abriu praça o novilheiro da Escola da Moita, Sérgio Gonçalves
que recebeu o seu oponente com uma larga afarolada de joelhos em terra. Continua
lanceando à verónica rematando com uma rebolera.
Ao quite saiu Pedro
Aguilar com chiquelinas rematadas com um farol.
No tércio de bandarilhas, que o próprio Sérgio preencheu,
falhou o primeiro par, no segundo só uma bandarilha ficou tendo terminado com
um par posto com raça e outro em sorte de violino.
Com a flanela rubra toureia a gosto por ambos os lados, com
remates vistosos, com passes de peito e molinetes. Viram-se derechazos longos,
repousados e naturais com profundidade correndo a mão. Nota-se falta do ofício
que só se adquire toureando.
Pedro Aguilar recebeu o novilho que lhe calhou em sorte com
verónicas largas, tentando tirar gaz a um novilho que vinha áspero.
Ao quite saiu Luís
Silva por gaoneras.
O tércio de bandarilhas foi cumprido pela sua quadrilha com
regularidade.
Com a muleta viram-se passes pouco templados alguns,
naturais bem desenhados correndo a mão mas foi uma faena com pouco som e passes
na maioria pouco ligados.
Luís Silva desenvolveu o seu labor começando com verónicas
longas e bem templadas, rematadas com uma rebolera, tendo saído ao quite Daniel
de la Fuente que substituiu Juan Pedro Garcia anunciado nos cartazes. Daniel
viu-se numa tanda por bonitas chiquelinas.
No tércio de bandarilhas, cumprido pela quadrilha,
pareceu-me que os bandarilheiros tinham menos ofício que o novilheiro tal foi o
seu desempenho.
Com a muleta viu-se o que, no meu entender, foi a melhor
lide da tarde. Passes a aproveitar a investida e o recorrido do novilho,
correndo a mão em derechazos longos e profundos, tal como os naturais feitos
com sentimento, ouvindo olés da bancada. Tandas variadas e sentidas. Temos
gente.
Daniel de la Fuente recebeu o seu novilho lanceando com verónicas
largas e templadas.
Ao quite saiu Paula Santos por chiquelinas algo ásperas tal
o estado em que o novilho ainda estava. Respondeu de la Fuente com um novo
quite por chiquelinas.
O tércio de bandarilhas, cumprido pela quadrilha foi algo
caótico com pares que ficavam só pela metade e bandarilhas que caíam, enfim…
melhores dias virão.
Com a muleta viram-se naturais descansados, templados mas
pela direita já não se viu tanta profundidade. Faltava correr a mão e levar o
novilho até ao fim do que a flanela dava. Alguns passes em redondo, por ambos
os lados deram-lhe confiança a mais, tendo sido derrubado na preparação de uma
dessas sortes. Ficaram alguns bons momentos.
De seguida vinha a moitense Paula Santos que recebe o seu
oponente com verónicas bonitas.
Ao quite saiu Carlos Olsina por chiquelinas.
No tércio de bandarilhas a quadrilha luziu-se com dois bons
pares de bandarilhas.
Este novilho era o menos claro nas investidas, no entanto, a
novilheira porfiou para sacar faena recorrendo a bons passes por ambos os lados
com remates vistosos, tendo sido desarmada algumas vezes por querer estar bem
perto do novilho. Com o seu labor, correndo a mão, logrou passes templados e
com profundidade que o publico sublinhou. No final da lide não deu a volta que
o director lhe concedeu.
A Carlos Olsina
coube-lhe encerrar a tarde. Recebeu o novilho com verónicas largas tendo ao
quite saído Sérgio Gonçalves com lances variados e as inevitáveis chiquelinas.
Viram-se dois bons pares de bandarilhas postas pela
quadrilha.
Com a flanela esforçou-se em correr a mão com passes
templados por ambos os lados mas o excesso de maneiras, talvez para agradar ao
público, retirou luz a parte do seu trabalho, no entanto, com o novilho
embebido na muleta deu algumas tandas bem desenhadas e com qualidade.
Durante as lides dos alunos da Escola da Moita, Procuna
vivia as incidências das lides sempre com o conselho acertado a partir da teia.
Parabéns à Escola da Moita, à Aplaudir e à Sociedade
Moitense de Tauromaquia por mais esta oportunidade dada aos jovens valores,
desta tão nobre arte, de se mostrarem no caminho para concretizar os seus
sonhos.
A todos os artistas foi concedida volta a arena. O ganadero,
no último da tarde, também teve direito a volta e bem merecida foi tal a
qualidade dos novilhos lidados.