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    Crónica: "Terminou com um toiro bravo a Feira da Moita"


    A tradicional Corrida do Fogareiro, na Moita, a ter um triunfador seria o último toiro da noite, o mais leve da corrida, com 460 Kg mas que deitava bravura por todos os poros.

    O espectáculo foi dirigido pelo senhor Manuel Gama assessorado pelo médico veterinário Dr. Moreira da Silva e com perto de meia casa de assistência.

    Na corrida, por se tratar de um concurso de ganadarias, estavam em disputa os prémios de bravura e apresentação, sendo o júri composto pelos próprios ganaderos.

    O toiro de Herdeiros de António Silva, anunciado nos cartazes, foi substituído por um exemplar da ganadaria Canas Vigouroux e em boa hora o foi, pois que haveria da ganhar o prémio de apresentação.

    Deu início à função Sónia Matias que teve pela frente um Cunhal Patrício com 565Kg manso bronco. Não dava um passo em direcção ao cavalo, tendo alguns dos ferros sido cravados com o morlaco parado ou quase. Não havia nada a fazer.

    A Gilberto Filipe coube-lhe lidar um de Paulo Caetano com 560Kg, colaborador mas um pouco tardo no momento de reunir, levando a que alguns curtos fossem colocados a cilhas passadas tendo terminado com o que foi o seu melhor ferro, bem preparado em sorte ao piton contrário, bem no alto do morrilho e ao estribo.

    Para Marcos Bastinhas saiu Prudêncio com 505Kg, um toiro com algumas crenças, não era fácil mas Marcos empregou-se e conseguiu alguns ferros bons, tais como o segundo comprido e o palmito que antecedeu o par de bandarilhas final. Este, embora um dos ferros tenha ficado traseiro foi o da sorte mais correcta. Nos restantes,  foi comum ficarem a cilhas passadas porque o momento da reunião não era o atempado.

    António de Almeida teve pela frente um de Jorge Mendes, de 540Kg, que se empregava nas sortes e perseguia com aproposito. Os compridos foram cravados sem grandes preocupações e nos curtos muitas vezes as sortes não eram bem definidas, levando alguns toques fortes. De bom viu-se o segundo curto, nos restantes, com batidas ao piton contrário muito pronunciadas, faziam com que o toiro ficasse fora da sorte, de tal modo que a reunião acontecia a cilhas passadas.

    O Canas Vigouroux com 540Kg saiu para Luís Rouxinol Jr. Um Jr. que toureia como um sénior. O toiro que haveria de ganhar o prémio de apresentação, como foi dito atrás, era morfologicamente perfeito e de uma cornamenta impressionante. Deu boa lide, ainda que pedisse muitas contas, tendo o ginete de Pegões achado toiro em todos os terrenos. Se nos compridos o primeiro foi sem grandes primores e no segundo levou um toque forte, já nos curtos, mostrou valor desde o primeiro. muito trabalhado e preparado que ficou em seu sítio em terrenos apertados, aos que lhe seguiram, destacando-se um a sesgo, rematado por dentro como mandam as regras, quantas vezes esquecidas pelas “figuras”. Terminou com mais dois curtos de excelente nota.

    A ganadaria de José Luís Vasconcelos e Souza d’Andrade enviou o toiro menos pesado da corrida: 460Kg, coube a Mara Pimenta. Era um toiro verdadeiramente bravo, arrancava-se de todo o lado sempre alegre e de cara no ar, a cavaleira custou a entender-se com ele, tendo começado com os compridos muito traseiros, quer ela quer os cavalos não estavam com confiança, tendo um exemplar destes por perto. Houve demasiados falhanços e toques na montada, conseguindo contudo dois bons curtos, efectivamente pouco, para quem tinha pela frente o toiro que ganhou o troféu para a bravura.

    Para as pegas estavam os Forcados Amadores do Montijo e de Alcochete.

    Coube a Ricardo Figueiredo, cabo dos do Montijo escalar Hélio Lopes para pegar o manso que arrancou com todas as forças que tinha e levou o forcado pela frente, baixando a cabeça e depois de sentir o grupo, recuando e dando derrotes violentos, até que o grupo se desbaratou.
    À terceira tentativa com treze elementos do grupo na arena lá se concretizou a pega. Leu bem: treze! Hélio muito mal tratado,  foi fortemente aplaudido e deu volta à arena.
    José Pedro Suíças foi o escolhido para se enfrentar com o Prudêncio. Na primeira tentativa conseguiu fechar-se mas o grupo não conseguiu parar o toiro.  À segunda, com mais ajudas logrou o seu  intento  e ficou.
    Para fechar a actuação do grupo saltou João Paulo Damásio que citou bem, recuou toureando, reuniu com perfeição e o grupo fez o resto.

    Pelos de Alcochete o cabo Nuno Santana mandou para a cara do de Paulo Caetano, António José Cardoso que fez tudo bem feito lutando para ficar, enquanto o grupo não chegava mas tudo se compôs e concretizou-se uma boa pega.
    Fernando Quintela saltou para pegar o de Jorge Mendes. Na primeira tentativa, ao recuar, deve ter escorregado na parte da arena mais revolta e não conseguiu fechar-se, à segunda, mudando de terrenos para evitar essa zona, recuou a preceito e com duas excelentes ajudas a coesão do grupo fez o resto. Boa pega.
    Para o mais bravo da corrida foi escolhido Pedro Gil que na primeira tentativa não se conseguiu fechar, mas à segunda com uma primeira ajuda de se lhe tirar o chapéu e o grupo a fechar, concretizou uma pega vistosa.

    Todos os artistas, à excepção de Sónia Matias, tiveram direito a volta à arena.

    E assim terminou a tarde – noite do fogareiro e a feira da Moita deste ano. Para o ano há mais com o beneplácito da Nossa Senhora da Boa Viagem. 



    Por: Rui Loução