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    A propósito da corrida em Madrid: Percebem os espanhóis de Toureio a Cavalo?


    Da 3ª corrida de rejoneio da Feira de S. Isidro deste ano, ficou de destaque para os espanhóis, a saída pela Porta Grande de Sérgio Galán, enquanto que para nós portugueses, fica a dúvida do quão justa foi a avaliação feita às lides.

    Num dia de grande expectativa para os madrileños, com um confronto entre as duas principais equipas de futebol da cidade, estava mais que seguro que a taça iria parar a Madrid. Já na Praça de Toiros de Las Ventas viveu-se um duelo ibérico, do qual também poucos teriam dúvidas de que viria a ser ganho, claro, pela 'equipa' da casa.

    Dois portugueses, Fernandes e Moura Jr., um espanhol, Galán, e em toda a tarde, duas orelhas apenas, ambas a caírem nas mãos do rejoneador que assim garantiu a Porta Grande.

    A carência de troféus aos 'nossos' pode-se desculpar de várias maneiras: embirração do presidente, má sorte a matar, a chuva e o abandono das bancadas ao sexto toiro da corrida para irem ver o Futebol... mas ainda assim, lidaram os cavaleiros pior que o rejoneador?

    Critérios à parte, e independentemente do toureio de cada um, porque o rejoneio (deles) é uma coisa e o toureio a cavalo (nosso) é outra, ainda que infelizmente por cá, sejam os próprios cavaleiros portugueses a querer imitar (mal) o rejoneio e a desprimorar o que é 'nosso', Fernandes e Moura Jr. estiveram à altura da categoria da Praça de Madrid.

    Impuseram um toureio que se baseou em dar vantagens aos toiros, certeiros na ferragem, com actuações de entrega e emoção, frente a toiros de escassa apresentação para o festejo e praça, anovilhados, e pertencentes às ganadarias de Benítez Cubero e Pallar (5º), que no geral deram bom jogo. 

    Pese embora que ali tudo conte na hora de conceder orelhas, inclusive como se matam os toiros, e que nem sempre aí houve mão certeira por parte dos cavaleiros lusos, não se pode desconsiderar todo o resto da actuação. Principalmente no que fez Fernandes ao primeiro da tarde, perante um piso impróprio devido à chuva, e que matou de um rojão certeiro. Não quis o Presidente conceder prémio e pergunto-me se se insurgiu Fernandes ao 'inteligente' tal como o fez recentemente em Lisboa quando não foi premiado com música...porque certamente em Madrid faria mais sentido que o fizesse!

    Se foi muito bom, se foi inesquecível, se foi extraordinário...cada um avalia à sua maneira. Mas valia seguramente uma orelha, mais ainda se tivermos por comparação a actuação que se seguiu.

    Fernandes voltou a rubricar uma lide consistente no quarto, ensombrada pela má sorte a matar.

    Também Moura Jr. poderia ter visto algum apêndice, sempre 'roubado' pelo desacerto com o rojão de morte.

    No final ficam as dúvidas: 
    Foram bem avaliadas e de igual forma as lides ontem em Madrid? 
    Foi Rui Fernandes 'roubado' no seu primeiro toiro? 
    Percebem  os espanhóis de toureio a cavalo?

    Parece-me que a resposta pode ser muito vaga, tendo em conta que muitas vezes, o que vimos ontem acontecer em Madrid acontece muitas vezes por cá: Actuações de cavaleiros portugueses serem inferiorizadas pela espectacularidade e 'engano' das actuações dos espanhóis.

    E portanto pergunto, e nós percebemos?


    RESUMO: 
    Rui Fernandes (ovação e silêncio);
    Sergio Galán (orelha e orelha com petição) 
    João Moura Jr. (ovação e silêncio)




    Fotografia: Aplausos.es