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    Opinião: "Uma festa de (des)entendidos!"


    Com o avançar tecnológico, a liberdade de expressão, de ideias e a facilidade em exprimir uma opinião tornou-se algo fácil e simples. Á distância de um clique, de uma partilha ou simplesmente de um ‘like’ é possível absorver uma mensagem que daí advenha, uma ideologia ou uma concordância com o ‘escrito’ ou publicação. A informação é vasta, e a sua acessibilidade fácil.

    Porque (sobre)vivemos em tempos de ‘vacas...anoréticas’, surgem cada vez mais os ‘expert’s’ taurinos, licenciados em rede social e que fazem gala do seu conhecimento e virtuosismo, na maioria dos casos trazendo apenas benefícios na caça ao dito ‘like’. Se a empresa ‘x’ leva o toureiro ‘y’ à praça ‘w’; se a instituição ‘z’ apenas fomenta o que quer e lhe convém; até a RTP, que se assume a favor e se revela fundamental na proliferação/preservação da tauromaquia, é alvo de queixume... Seja pela qualidade da imagem, dos comentadores ou dos entrevistadores. Nada escapa à dura pena! Há que saber diferenciar situações, ocasiões e oportunidades para lançar os dados, de forma coerente. Cada um diz o que quer, expõe o que pensa... mas de ‘velhos do Restelo’ não necessitamos! 

    Será porventura mais fácil acreditar numa crítica/crónica, às vezes tão abstractas que são parecem sonhos, do que assumir uma posição e suscitar uma oposição. Confundem-se cargos e encargos, profissionalismo e amadorismo, põe-se em causa quem tem mérito, e vinga quem tem nome. Parece (quase) utopia, mas é o estado torpe em que nos situamos. Quem porfia por oportunidades ou simplesmente por dar ‘eco’ à sua ideia é inibido pelos ‘tubarões’ (ou peixinhos de aquário), que por vezes apresentam relatos tão ‘filtrados’ que nos questionamos se serão visionários, ou não terão visto o mesmo que nós? Favores à parte, todos ostentarão uma ‘preferência’ no seu cardápio, é totalmente discutível, bem como as variadas interpretações de toureio (a pé/cavalo) que são possíveis vislumbrar no quotidiano da tauromaquia, o pior é quando a dicrasia teima em contrariar as análises realistas, e o desejo de mitigar e preservar conceitos (se assim se puderem apelidar) é suficiente para influenciar os escritos. Até quando se dão notas de sítios em que nem lá ‘poisaram’, tudo vale. 

    No que concerne a toureio, tanto se apregoa que anseio pelas entregas de troféus... Ao que parece, ‘salpicos’ aqui e ali, servem para coroações. Se Deus quer, estaremos cá para ver, no entanto, congratulo-me pelo substancial crescimento do toureio apeado em Portugal... De louvar! Nem tudo são espinhos, mas quase nada são rosas, e a falta de um matador ‘taquillero’ com o carácter e personalidade de arrastar legiões, prende-se com o decréscimo de oportunidades para libertação da arte mais pura de enfrentar o Toiro, ocorrido até à presente temporada. Tarde, mas a tempo, revigourou-se uma postura. No que concerne a instruir, preservar, expandir, conhecer, interessar, mas essencialmente, houve uma progressão no que diz respeito a oportunidade. Há que seguir todos estes reptos e tomá-los como padrão idóneo, porque só assim surgirão as ‘figuras’, só assim as escolas de toureio poderão ser o ‘albero’ dos sonhos, somente desta forma se conseguirá devolver mérito ao que outrora já o deteve. 

    Questiono até que ponto serão benéficas as Corridas/Prémio/Concurso, pois todas detém por norma o condão de suscitar polémicas, injustiças e acusações. Solução seria apenas outorgar a decisão ao grande jurado, o público. Mas, se a constituição do público é maioritariamente leiga? Falta de auxílios e de meios de aprendizagem não há, embora também haja os que induzem em erro, ou em preferências. 

    No que concerne à máxima figura da Festa, o Toiro, creio que a aposta em garantias e viabilidade de sucesso, aparte de morfologia e tipologia, se tem registado menos avultada que em anos transactos, embora algumas Praças e Empresas mantenham o traço ‘torista’, e apresentem corridas a ombrear com a sua categoria. Dentro e fora de território luso, há divisas a salutar: Murteira Grave (Novilhada de luxo em Calasparra,com um novilho a dar volta ao ruedo e a vencer a distinção de bravura da Feira e um Toiro nas importantes Festas de Almenara, Valência); Sobral (Grande Corrida em Medina del Campo; Novilhada soberba em Laguna de Duero, com um novilho a dar volta bastante ovacionada; Toiro sobrero em Pamplona; Toiro sobrero na Feira de Outono em Madrid. É de ressalvar que a Empresa Espanhola ‘Eventauro’ encontra-se em dívida com a Ganadaria Sobral, pela corrida lidada em Agosto de 2013 na Coruña); Palha (Exequível e com boas condições a novilhada de Calasparra, bem como a presença de um toiro em Almenara, à semelhança de Murteira Grave e Canas Vigouroux); Passanha (Corridas de boa nota em Espanha e França). Confesso-me algo desapontado com a presença e apresentação de alguns ‘ecierros’ lidados na Catedral Mundial do Toureio a Cavalo, que raramente foram sinónimo dos cartéis apresentados. Há que rever padrões de seleção, de modo a que se concretize um equilíbrio fiável nos espectáculos ali montados.

    A nível empresarial, sugiro uma reflexão aprofundada em determinados ruedos: Montijo, Alcácer do Sal, Moura, Santarém, Portalegre. Não descurando o trabalho que se tem desenvolvido em cada um, mas alertando para o facto de serem arenas de importante relevo, e que não têm registado afluências que satisfaçam a história que carregam. Isto para não falar em cartéis enfandonhos, um pouco por todo o Portugal taurino, que pela quantidade de espectáculos realizados deverá estar num momento muito alto. Há que cair na real, ter consciência que estamos em sobrecarga de corridas, de acontecimentos próximos, em locais vizinhos, com datas familiares. O detrimento da quantidade em prol da qualidade é totalmente aceitável, e, recomendável! 

    A passos largos de receber o defeso, urge reflexão aprofundada de um futuro, tendo em conta a eleição de um deputado do PAN ao parlamento (ironia)... 

    Andaremos assim tão entendidos?



    Por: Pedro Guerreiro