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    Crónica da última de abono do Campo Pequeno

    Campo Pequeno, 30 de Setembro, 2010

    Crónica
    Por: Patrícia Sardinha

    A Festa dos Toiros

    A temporada de abono da praça de toiros do Campo Pequeno encerrou como começou, sob um grande ambiente de Festa, casa completamente cheia e o sentido de dever cumprido. Independentemente do resultado artístico, que na verdade até foi positivo, creio que nesta corrida houve três aspectos de grande ressalva, a regularidade no desempenho dos toiros que permitiram um bom espectáculo, a presença de inúmeras personalidades de diferentes áreas e das quais se destaca a da Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas e o facto de ter sido uma transmissão televisiva, que propagou assim, a imagem de apoio desta gente à Festa dos Toiros.

    Como em anos anteriores, a corrida de encerramento de temporada na praça lisboeta, distingue-se por ser de Gala à Antiga Portuguesa, iniciando-se com aquela encenação que substituem as cortesias normais e que é sempre do agrado do público.


    O curro de toiros enviado pelo Eng. Luís Rocha primou pela excelente apresentação, teve comportamento desigual, bons os lidados em segundo, quinto e sexto lugar, mais reservado o terceiro, mas no geral todos cumpridores. A prova de que quando há empenho, dedicação e racionalidade, pelo menos em apresentação conseguem-se ter bons produtos. Os ‘rocha’, graças a Deus, foram-no em apresentação e em desempenho.

    Poucos toureiros gostarão de abrir corrida, porque o público ainda não está ambientado, mas menos ainda terão a capacidade de, ao primeiro toiro, aquecer as bancadas como Joaquim Bastinhas. Com o seu estilo desembaraçado, por vezes até demais, o cavaleiro de Elvas lidou um toiro com 525 kg, a quem deixou a ferragem quase toda à tira. Bastinhas fez o seu número e saiu em apoteose depois de cravar o sempre desejado par de bandarilhas.

    Luís Rouxinol também teve uma actuação que chegou facilmente às bancadas mas com uma prestação mais pensada, frente a um bom toiro com 524 kg, a quem deu primazia e ainda que nem sempre a reunião fosse ajustada, foi das melhores actuações do cavaleiro de Pegões esta temporada.

    João Salgueiro teve menos sorte no seu toiro, com 485 kg, mais reservado. O cavaleiro andou disposto e fez por ir acima do toiro deixar a ferragem e rematar com piruetas tentando dar brilho à lâmpada, mas havendo pouco que lhe permitisse exprimir a sua ‘genialidade’.

    Ana Batista teve pela frente um toiro com 510 kg, que foi complicadote, a descair para tábuas. Na ferragem a cavaleira andou irregular, mas foi a mais no terceiro e quarto curtos, com uma actuação de muito labor por parte de Ana.

    António Brito Paes teve pela frente um bom toiro, com 578 kg, que se arrancava nas investidas, qualidade que o cavaleiro subaproveitou para o tourear essencialmente por enganos, com quiebros que apesar de transmitirem muito, se ressentem nas reuniões que acabavam na maioria à garupa, levando o toiro para fora. Mas foi uma actuação vibrante, que chegou facilmente às bancadas e pôs o público em delírio.

    Tiago Carreiras também teve um bom toiro, com 570 kg e com a sua montada estrela, o Quirino, deu ar de sua graça, ainda que longe das arrebatadoras actuações de outras corridas. O jovem cavaleiro mostrou oficio na preparação das sortes, assim como nos remates com a montada a sacar-se das investidas do toiro, mas as reuniões nem sempre a lograrem sair cingidas.

    No que toca aos grupos de Forcados em praça, noite rija. Pelo grupo de Montemor pegou João Tavares à primeira numa boa pega; João Cabral também enorme à primeira tentativa; e o cabo José Maria Cortes à segunda a aguentar bem, depois de não ter reunido bem à primeira. Pelo grupo dos Amadores de Alcochete pegou Nuno Santana à terceira com as ajudas mais perto e depois de duas tentativas com o toiro a passar-lhe ao lado, provavelmente por algum defeito na visão; Daniel Silva também à terceira e com as ajudas carregadas, depois de dois intentos em que não reuniu bem; e por último o cabo Vasco Pinto à primeira com a pega da noite a aguentar valorosamente a investida do toiro.

    Dirigiu a corrida correctamente o sr. Pedro Reinhardt, assessorado pelo veterinário João Infante, num espectáculo uma vez mais abrilhantado pela Banda do Samouco.

    No final, chamada à arena mais que justificada do ganadeiro, Eng. Luís Rocha, numa corrida que preconizou o verdadeiro conceito de Festa…Brava!

    Foto: Cortesia Rádio Elvas