Corrida de Toiros do Sporting no Campo Pequeno
Campo Pequeno, 14 de Outubro de 2010
Fotos
Por Pedro Batalha
Tivemos direito a dois espectáculos num só, obtusidades de um regulamento, com um espectáculo de variedades taurinas onde toureou o cavaleiro amador Miguel Moura frente a um novilho da ganadaria Passanha com 481 kg. O jovem cavaleiro não nega os genes e com um toureio muito assente nos quiebros, do qual resultaram alguns ferros ‘pescados’, lá foi evidenciado vontade e muita comunicação com as bancadas. Vale-lhe a tenra idade para ainda ‘alourar’.
Na parte ‘séria’, João Moura recebeu com boa brega o seu primeiro toiro de Vinhas, com 540 kg e de bonita capa. Cumpriu com a ferragem comprida, sendo o segundo mais traseiro. Nos curtos evidenciou maestria, com a preparação e colocação do toiro nas sortes, mas nem sempre a ferragem resultava como se queria com alguns toques na montada no momento das reuniões. Valeu-se dos ladeios e recortes para animar ‘a malta’. No seu segundo, outro Vinhas com 590 kg, andou mais recto ao toiro, teve mais acerto na colocação dos ferros, mas a actuação pareceu mais apagada.
João Moura Jr também evidenciou boa brega no seu primeiro com 615 kg e de igual modo insistiu num toureio estilo rejoneio, ladeando o toiro pelas tábuas. Montando o Merlin deu ares de sua graça, apesar de por vezes, o abrir demasiado a sorte levava a que efectuasse passagens em falso. Ao segundo toiro do seu lote, com 606 kg, cravou-lhe o primeiro comprido em sorte gaiola e resultou descaído. A restante ferragem foi deixada insistindo nos quiebros, resultando a mesma ‘pescadota’. Ainda teve tempo para deixar dois palmitos, levando toque na montada ao cravar o primeiro. No final duas voltas…aliás, praticamente nem se distinguiu a primeira da segunda, porque foram contínuas.
Pegaram nesta noite os Grupos de Forcados Amadores de Évora e Monforte. Na pega ao novilho de Passanha pegou Gonçalo Guerreiro (Évora) à primeira e sem complicações, ajudado por uma selecção de forcados dos dois grupos. Do grupo de Évora pegou ainda o cabo Bernardo Salgueiro Patinhas à primeira, numa boa pega, com o forcado a reunir correctamente; e Ricardo Casasnovas também à primeira, com uma reunião menos conseguida mas a ficar. Pelo grupo de Monforte pegou o cabo Paulo Freire (que fazia também a sua passagem de testemunho a Ricardo Carrilho) que pegou à primeira, com o toiro a ensarilhar, agarrou-se a um piton e lá se recompôs; e Márcio Paulo à terceira e com ajudas, depois de dois intentos a adiantar as mãos e a não ficar na cara do toiro.
No que toca à parte a pé, outro Moura, mais precisamente o novilheiro João Augusto Moura, que no seu primeiro novilho, um Falé Filipe com 506 kg, sem cara e escorrido de carnes, não se luziu. Andou muito acelerado, passes para fora, sem ligação e sem convencer. No seu segundo, da mesma ganadaria mas com melhor tipo e com 490 kg, teve uma passagem abreviada com o capote. Na muleta iniciou por estatuários e depois foi aos poucos mais ou menos convencendo e aproveitando-se do bom piton direito da rês. Andou também muito dedicado aos desplantes e por três vezes nos ‘brindou’ com circulares invertidos. Faltou mais temple e mais pés fixos. No final e tal como o primo, duas voltas voluntariosas.
Fotos
Por Pedro Batalha
Crónica
Por Patrícia Sardinha
“Os últimos cartuchos…sem pólvora!”
A Praça de Toiros do Campo Pequeno encerrou na passada quinta-feira a sua temporada com a já tradicional Corrida do Sporting, que quase se poderia chamar antes de Corrida de Monforte, tal a comparência em peso desta localidade, não só nas bancadas como na arena. Mas é assim que se querem os aficionados, que sigam os seus toureiros, grupos de forcados ou ganadarias por todas as praças, servindo de claque de apoio, instigando força e coragem aos seus ‘heróis’. E a vila de Monforte ficou tão sensibilizada com esta corrida, que através dos seus representantes autárquicos, ofereceu lembranças à empresa e restantes intervenientes da corrida, o que acabou por ocupar demasiado tempo de antena.
‘Os Mouras regressaram ao Campo Pequeno’ também dava um bom título de crónica. A dinastia em peso reuniu-se na primeira praça do país depois de dois anos de ausência, motivados por mal-entendidos e diz que disse. Era portanto corrida esperada com expectativa, antevendo-se um ambiente familiar, uma reconciliação com a Praça e com os aficionados lisboetas, ou seja, esperava-se uma grande Festa. Três quartos de casa preencheram as bancadas, mas para Festa faltou mais.
Tivemos direito a dois espectáculos num só, obtusidades de um regulamento, com um espectáculo de variedades taurinas onde toureou o cavaleiro amador Miguel Moura frente a um novilho da ganadaria Passanha com 481 kg. O jovem cavaleiro não nega os genes e com um toureio muito assente nos quiebros, do qual resultaram alguns ferros ‘pescados’, lá foi evidenciado vontade e muita comunicação com as bancadas. Vale-lhe a tenra idade para ainda ‘alourar’.
Na parte ‘séria’, João Moura recebeu com boa brega o seu primeiro toiro de Vinhas, com 540 kg e de bonita capa. Cumpriu com a ferragem comprida, sendo o segundo mais traseiro. Nos curtos evidenciou maestria, com a preparação e colocação do toiro nas sortes, mas nem sempre a ferragem resultava como se queria com alguns toques na montada no momento das reuniões. Valeu-se dos ladeios e recortes para animar ‘a malta’. No seu segundo, outro Vinhas com 590 kg, andou mais recto ao toiro, teve mais acerto na colocação dos ferros, mas a actuação pareceu mais apagada.
João Moura Jr também evidenciou boa brega no seu primeiro com 615 kg e de igual modo insistiu num toureio estilo rejoneio, ladeando o toiro pelas tábuas. Montando o Merlin deu ares de sua graça, apesar de por vezes, o abrir demasiado a sorte levava a que efectuasse passagens em falso. Ao segundo toiro do seu lote, com 606 kg, cravou-lhe o primeiro comprido em sorte gaiola e resultou descaído. A restante ferragem foi deixada insistindo nos quiebros, resultando a mesma ‘pescadota’. Ainda teve tempo para deixar dois palmitos, levando toque na montada ao cravar o primeiro. No final duas voltas…aliás, praticamente nem se distinguiu a primeira da segunda, porque foram contínuas.
Pegaram nesta noite os Grupos de Forcados Amadores de Évora e Monforte. Na pega ao novilho de Passanha pegou Gonçalo Guerreiro (Évora) à primeira e sem complicações, ajudado por uma selecção de forcados dos dois grupos. Do grupo de Évora pegou ainda o cabo Bernardo Salgueiro Patinhas à primeira, numa boa pega, com o forcado a reunir correctamente; e Ricardo Casasnovas também à primeira, com uma reunião menos conseguida mas a ficar. Pelo grupo de Monforte pegou o cabo Paulo Freire (que fazia também a sua passagem de testemunho a Ricardo Carrilho) que pegou à primeira, com o toiro a ensarilhar, agarrou-se a um piton e lá se recompôs; e Márcio Paulo à terceira e com ajudas, depois de dois intentos a adiantar as mãos e a não ficar na cara do toiro.
No que toca à parte a pé, outro Moura, mais precisamente o novilheiro João Augusto Moura, que no seu primeiro novilho, um Falé Filipe com 506 kg, sem cara e escorrido de carnes, não se luziu. Andou muito acelerado, passes para fora, sem ligação e sem convencer. No seu segundo, da mesma ganadaria mas com melhor tipo e com 490 kg, teve uma passagem abreviada com o capote. Na muleta iniciou por estatuários e depois foi aos poucos mais ou menos convencendo e aproveitando-se do bom piton direito da rês. Andou também muito dedicado aos desplantes e por três vezes nos ‘brindou’ com circulares invertidos. Faltou mais temple e mais pés fixos. No final e tal como o primo, duas voltas voluntariosas.
Dirigiu a corrida o sr. Ricardo Pereira assessorado pelo veterinário Salter Cid, numa noite longe do fulgor de outros tempos, ninguém saiu em ombros, nem pela Porta Grande. A última corrida do Campo Pequeno deste ano, acabou por passar discreta, com pouco colorido, digamos que os últimos cartuchos tiveram pouca pólvora.