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    REPORTAGEM DO CAMPO PEQUENO

    Pela objectiva do fotógrafo Pedro Batalha:



    Crónica:
    QUEM VÊ CARAS VÊ TUDO!
    Campo Pequeno, 2 de Junho, 2010
    Por: Patrícia Sardinha


    Diz o pregão de uma conhecida revista da imprensa rosa que “quem vê caras vê tudo”. Concordo plenamente, bastava olhar para as bancadas da Praça de Toiros do Campo Pequeno na corrida de dia 2 de Junho e da qual a dita revista era ‘patrocinadora’, para através das caras presentes, antever o tipo de espectáculo que se viveria, o de uma verdadeira Festa.

    A corrida, que também assinalava os 30 anos de alternativa do cavaleiro Paulo Caetano, contou com boa presença de público que preencheu mais de ¾ de casa e que do início ao fim se manifestou com efusivas ovações, muitas delas sem sentido, mas é o público que vamos tendo em todas as nossas praças (já não há excepções) e a culpa nem é destas pessoas que pagam o seu bilhete, é sim de quem estando dentro da festa a vulgariza com mau toureio, desinforma com más críticas, desmotiva com cartéis desinteressantes e empobrece com toiros que de bravo têm muito pouco. Mas é este público das palminhas, que ainda vai enchendo praças e que mascara de alegria as corridas mais sonsas.

    Os toiros da ganadaria de Mª Guiomar Cortes Moura tinham no geral três anos (em conformidade com o Artigo 25 alínea a) do regulamento taurino), mas a sua mais que notória aparência de novilho deixou algo a desejar naquela que é a principal praça do país e para uma corrida com este cartel. No entanto as reses não dificultaram muito a vida aos cavaleiros, tendo cumprido apesar do desigual comportamento.

    Após as cortesias, Paulo Caetano foi homenageado pelas três décadas enquanto cavaleiro de alternativa. Na lide ao primeiro toiro da noite, com 546 kg, Caetano foi realizando uma actuação de menos a mais, com alguns toques na montada pelo meio, mas sempre com muita classe, dando primazia ao cite, escolhendo os terrenos e cravando com acerto.

    Seguiu-se Joaquim Bastinhas que teve pela frente um ‘TGV’ versão infantil, com 544 kg, que saiu com tanta pata que valeu a perícia da montada de Bastinhas para evitar o toque. O cavaleiro de Elvas desfrutou toda a actuação das características da rês, mas também do público, para desenvolver uma lide ao seu estilo, onde a velocidade e a alegria são palavra de ordem, assim como a sempre certa execução do par de bandarilhas que fez delirar as bancadas.

    João Moura Caetano lidou um toiro com 572 kg com quem andou irregular na ferragem comprida. Nos curtos apostou em quiebros que nem sempre resultaram em cravagens certeiras, com algumas passagens em falso. Terminou com um ferro de adorno que agradou ao público.

    Marcos Tenório encerrou as actuações em solitário esperando o seu toiro à porta gaiola que tinha 532 kg e que levou em boa brega. Na ferragem sentiu mais dificuldades com o toiro a distrair-se e a fechar-se em tábuas e com o cavaleiro a abrir demasiado as sortes. No entanto também entusiasmou as bancadas com o ferro de palmo com que encerrou função.

    Das lides a duo resta sempre pouco para contar, primeiro porque o toiro que é o elemento principal numa actuação, está em desvantagem, depois porque nem sempre a parelha de cavaleiros funciona em uníssono, e terceiro porque é um aborrecimento tremendo. Dos Caetanos valeu a experiência do pai para ir preparando as sortes e o filho a aproveitar para cravar frente a um toiro com 590 kg. Os Bastinhas perante uma rês com 592 kg deram um número mais conseguido em termos festivos, mas também nada por aí além em termos artísticos.

    No que toca as pegas estiveram em praça os grupos de Forcados Amadores de Santarém e de Portalegre. Pelos ribatejanos pegou o cabo, Diogo Sepúlveda à segunda tentativa com boa ajuda do grupo; Gonçalo Veloso à primeira naquela que foi a pega da noite, com o jovem forcado uma vez mais a provar que um corpo franzino pode esconder uma força enorme; e António Grave de Jesus também à primeira a aguentar bem. Pelos alentejanos foram à cara do toiro Luís Real ao segundo intento; Tico Peralta à primeira sem problemas; e Ricardo Almeida a dobrar Nelson Nabiça depois de cinco tentativas em que ou os forcados da cara não tiveram braços para se aguentar ou o grupo falhou nas ajudas.

    Dirigiu a corrida o Sr. José Tinoca assessorado pelo veterinário Francisco Barata numa corrida abrilhantada pela Banda do Samouco que decorreu sob um ambiente familiar e muito festivo.



    Em breve a reportagem fotográfica desta corrida por Pedro Batalha